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Não adianta ser contra

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Líder espírita comenta a respeito sobre pessoas intersexuais; elas nasceram com variações genéticas ou corporais  |   Bnews - Divulgação

Publicado em 27/08/2018, às 08h24   José Medrado*


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É fato que estamos vendo transformações enormes nestes dias que correm à nossa frente. Ainda somos capazes de ter expressões de perplexidade do tipo “no meu tempo” e “aonde iremos parar?”.  Mas, o fato, como disse Belchior em sua música – Como os Nossos Pais – imortalizada por Elis Regina, é que o novo sempre vem.

Uma novidade que está gerando ‘disse me disse’ na Europa, esta semana, informa a BBC Brasil, é que o gabinete de governo alemão aprovou um projeto de lei que permitirá que pessoas intersexuais, que nasceram com variações genéticas ou corporais (visíveis ou não), optem por um terceiro gênero em suas certidões de nascimento, além de feminino e masculino. Não tem nada a ver com orientação sexual ou à identidade de gênero dessas pessoas, trata-se de características biológicas. A medida ainda será votada no Parlamento, mas precisa entrar em vigor até 31 de dezembro deste ano por decisão da Corte Constitucional, a maior instância em questões constitucionais na Alemanha. 

Trata-se o projeto de pessoas nascidas com características sexuais e biológicas não totalmente femininas ou masculinas, como variações genitais e/ou de cromossomos, elas poderão optar por serem registradas como de gênero "diverso" – haverá esta opção de escolha. Na Alemanha, desde 2013, o cidadão não é obrigado a dar a informação em registros sobre o seu gênero.

A Organização das Nações Unidas (ONU) noticia que 1,7% dos bebês nascidos no mundo não possuem características masculinas ou femininas claras, uma proporção tão frequente quanto a da população global de ruivos.  É bom que se diga que a pessoa passará a ter opção para o registro desse gênero, não obrigatoriedade de fazê-lo.

Em roda de amigos, comentava tal decisão, quando uma pessoa saiu com o seguinte comentário: “Tudo isto é falta de Deus no coração”. Fiquei surpreso e, ao mesmo tempo, certo que a religião ainda tem forte valor de conceito sobre os cidadãos, de um modo geral, inclusive a depender de quem o lidera neste sentido, não importando, por conseguinte, o valor dos sentimentos de quem precisa se sentir pertencendo a um mundo, a uma sociedade.

* José Medrado é líder espírita, fundador da Cidade da Luz, palestrante espírita e mestre em Família pela UCSal.

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