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Chico falou?!!

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 17/10/2022, às 10h06   José Medrado


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Lamentável o que estamos vendo nos espaços religiosos, inclusive e chocantemente nos espíritas, algumas lideranças se arvorando em defesa de princípios ideológicos tão, ao meu sentir, distantes de pautas cristãs efetivas, com o objetivo de reforçar as suas próprias visões de mundo e ou os seus próprios conteúdos de ser. Seria ingenuidade da minha parte se não concebesse que a política é a base das relações humanas desde sempre, e que é lídimo o processo de engajamento em cima de pautas, defesa do que vêm ao encontro dos ideais lançados ao mundo com a indicação do, por assim dizer, frontispício da doutrina espírita – Fora da caridade não há salvação. Mas o que teríamos como conceito de caridade? Talvez amparar o próximo em suas carências e necessidades, passando, entendo, pelo próprio reconhecimento da pluralidade de ser das almas. Todavia, infelizmente, o que estamos vendo são espíritas caindo na vala comum das fake news, ou criando as próprias, mistificando, manipulando...e o prior:  muitos têm se apoiado em veneráveis nomes de espíritos para dar chancela, convalidar suas visões de mundo. Triste. Não estão sendo alvo de processo de mistificação, não. Estão mistificando, mas doirando a pílula para que pareça o que não é. Há poucos dias até o nome de Chico Xavier foi usado. São pessoas que dizem que Chico isto, aquilo, mas não mostram nada que prove...áudio, vídeo...nada. Aderiram às fake news sem qualquer prurido de ética.

Chico tinha real medo do uso indevido de seu nome, de forma tal que circula os tais códigos que três pessoas detêm para darem com verdadeira alguma comunicação mediúnica dele. Nunca ocorreu. Além de amorável, Chico não era nada bobo. Queria estancar os maus-caracteres de quem quisesse afirmar, por interesses pessoais, o que ele nunca fez ou falou. Muito triste tudo isso. Porém, fazem uso com muita dose da peculiar hipocrisia de santificação. Lamentável. Mentem, enganam, mas com muita caridade (fui irônico). Vemos, assim, pessoas de boa-fé acreditando, convictas, iludidas. Ora, aqueles sabem que inventam, mentem. Defendam o que pensam, lutem pelos valores que talvez julguem certos, em seus processos de compreensão de vida, mas com a ombridade da verdade, sem as armas da mentira, do engodo, das mistificações.

Classificação Indicativa: Livre

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