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Faça-se justiça

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Bnews - Divulgação Arquivo Pessoal

Publicado em 14/11/2024, às 05h53   José Medrado*



Eu sabia que meu direct iria lotar quando veio à tona que a Polícia Civil prendeu o médium Kléber Aran, que dizia incorporar o espírito do médico alemão Dr. Fritz. Ele é acusado de aproveitar da fragilidade de vítimas durante os tratamentos, para cometer crimes de importunação, abuso e violação sexual. Equipes do Departamento de Proteção à Mulher, Cidadania e Pessoas Vulneráveis (DPMCV) da Polícia Civil, no bairro da Pituba, prenderam o médium em um evento em Salvador.

O mandado de prisão preventiva foi expedido pela 4ª Vara de Violência Doméstica e Familiar Contra a Mulher. Já há muito se vinculam as ações criminosas do Aran, inclusive foi alvo de uma matéria nacional pela rede Record. Tenho, ao longo dos meus 48 anos de vida mediúnica, sendo 46 à frente da Cidade da Luz, que fundei e dirijo com amigos, uma onda de informações lamentáveis, quando não criminosas, de ações na área mediúnica, de todas as formas, em manipulação da fé das pessoas com os mais variados e inconfessáveis intuitos. Infelizmente, vejo omissões de diversos líderes, que nem tocam no tema, em uma espécie de corporativismo infame. 

O Padre Antônio Vieira alerte, em um de seus sermões, para a gravidade das omissões: “A omissão é o pecado com que mais facilidade se comete e com mais facilidade se desconhece; e o que facilmente se comete e dificultosamente se conhece, raramente se emenda. A omissão é um pecado que se faz não fazendo.”.

Naturalmente, que em muitos assuntos o renomado jesuíta não é bem exemplo da não-omissão, mas o raciocínio é perfeito. Vejo, inclusive, que em uma área que se tem chamado de cartas consoladoras ( supostas mensagens “psicografadas” de parentes desencarnados aos seus entes da Terra) muito escândalo ainda vêm à tona, em manipulações de informações em redes sociais e postadas nas tais mensagens. Infelizmente, se de um lado o povo manipulado, ludibriado se sente conforável em seus auto-enganos, do outro lideranças se apoiam em passagens evangélicas que justificam suas omissões, tipo “não julgueis”, “...quem for sem pecado que atire a primeira pedra” e mais que tais.

Esquecendo-se, em geral, das próprias denúncais de Cristo dos sepulcros caíados aos vendilhões do templo...não se trata de caças às bruxas, mas sim de zelo pelo ético, pelo certo...no caso espírita por uma fé raciocinada, que guarda em seu tríplice aspecto (religião, filosofia e ciência) a necessária e honesta vivência dos postulados mediúnicos.  

José Medrado é fundador e presidente da Cidade da Luz, graduado em Letras e Filosofia, mestre em Família e servidor público federal aposentado.

Este artigo não necessariamente reflete a opinião do BNEWS.

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