Frustração: futebol, política...

A frustração é um sentimento comum a todo ser humano, afirmam os estudiosos do comportamento. Ela é uma espécie de bola de soprar que foi enchida com a esperança de uma conquista, vitória e de repente ela não pipoca. Fica uma espécie de indigestão emocional. Algo que não se digeriu bem. A Copa do Mundo gerou nos brasileiros essa expectativa pelo grito é hexa, é hexa... que não veio. Busca-se na sequência, como forma de compensação, o abraçar um time para canalização das expectativas...e aí se justifica de toda e qualquer forma para torcer por aquele time: é sul-americano, tem o jogador que ajuda...que faz... não importam os motivos e sim o redirecionar o balão das expectativas, ainda que pouco inflado. Assim, também é em tudo, a frustração, ao fim, é  uma resposta emocional à oposição, um fim de linha ao que queremos, podendo ainda ser ligada a outros sentimentos, como raiva, decepção, aborrecimento e revolta. 

Cada um vai ter o seu modo de lidar com a frustração, dependerá do seu histórico de vida emocional, mas em geral o comportamento passivo-agressivo é bem comum de ser observado em pessoas frustradas. A frustração pode levar a pessoa a ter inveja, raiva e até mesmo a ser agressiva, pois precisa “esvaziar” o seu balão de expectativas que não se concretizaram como “esperado”.

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O que os cuidadores da mente humana propõem é uma forma ajustada à adequação da reação, como uma espécie de resposta adaptativa, já que não se alcançou o que fora inflado, sedimentado por uma esperança. Será importante superar o que não se conquistou por si ou na dependência dos outros. Assim, por outro lado, uma resposta não adaptativa ocorre, quando o indivíduo se mantém repetindo comportamentos que não solucionam os problemas de maneira eficaz, busca a manutenção do estado de tensão pré-frustração, revivendo os pensamentos de ansiedade que geraram a expectativa da conquista, da vitória, prejudicando, desta forma, o raciocínio e o processamento cognitivo dos resultados não auferidos. Em outras frentes, como na política, se buscam a necessidade de manutenção da esperança de revisão de resultados, como forma de se manter o balão inflado, para que o pipocar seja de grande vitória.

A frustração, por fim, será sempre uma consequência inevitável das incertezas que vivemos em nossas vidas. Nunca poderemos dominar tudo e todos que nos rodeiam. É insano pensar que controlamos absolutamente a nossa vida, quando em verdade ela também é resultado de um mundo cheio de incertezas e imprevisibilidades, diante de algo que desejamos, torcemos ou até necessitamos, mas que coisa alguma, ou grande parte dela, não saíra como queremos, buscamos, imaginamos. Precisamos compreender que a vida segue independentemente do time que ganha, do político vencedor, da relação amorosa que se quebrou, do emprego que deixou de existir. O mundo não para. Então, não pare você. Não adiantará o seu inconformismo se se não depende a resolução só de você.