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Intolerância, violência...

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 29/11/2021, às 09h36   José Medrado


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Infelizmente, sob o fajuto argumento, em desqualificação, do politicamente correto, pessoas desconsideram princípios de respeito e empatia. Esquecem-se, por outras vias, que o mundo no qual hoje vivemos, com suas circunstâncias e processos individuais e coletivos, é o que formará o amanhã dos nossos descendentes. Ou seja, o que fizermos ou deixarmos de fazer hoje será repercutido no futuro. Dessa forma, como poderemos garantir que aqueles que virão do nosso processo, usarei uma expressão naturalista, de perpetuação da nossa espécie, ficarão ajustados ao que esperam por eles, se não sabemos que caminhos trilharão? A lógica, portanto, não seria a de empreender hoje, pelo menos, respeito às escolhas das pessoas, criando, desta forma, a possibilidade daqueles nossos que virão, após nossa partida daqui, terem os seus caminhos respeitados?

Hoje a intolerância se arrasta cruelmente sobre tudo que fuja a modelos, representa escolhas, orientações pessoais, no direito de ser o que se é, tão simples isto. E o pior: quando, em nome de forças superiores da vida, como as cristãs, encetam perseguições, estiolam crenças, pelo menos tentam. Acirram ânimos, gerando, um tal certo, mas pela cartilha dos patrulheiros, o que os outros devem ser, ou fazer. Nesse particular, parece que nunca acaba a intolerância religiosa. Até hoje vemos relatos de yalorixás, babalorixás serem desrespeitados, massacrados mesmo por conta de suas crenças, e até de suas roupas. E os perseguidores o fazem em nome de Cristo.

Nesse domingo (28) a Yá, fundadora do Terreiro Axá Abassá de Ogum, teve a honras devidas da sua comunidade e simpatizantes, pela implantação, há 7 anos, do seu Busto, na Lagoa do Abaeté, ela que foi vítima, e morreu no seu sacerdócio, da intolerância religiosa. Em 21 de janeiro de 2000 morreu, após ataques racistas religiosos. Esse monumento já foi diversas vezes vandalizado. Os chamados poderes públicos são lenientes, em geral, porque certos segmentos religiosos têm muitos votos....parece que o barulho das urnas eletrônicas, aquele após a conclusão dos votos, fica ressoando o tempo todo na cabeça da grande maioria deles. A dignidade, o respeito...são lutas de pessoas como mãe Jaciara Ribeiro, filha de mãe Gilda, que incansável não desiste em querer ver sua religião sendo respeitada.

Como conceituaremos um país cheio de desrespeito, intolerância, violência, achaques...a quem é diferente, busca uma fé nos seus valores e ou simplesmente quer ser o que é? Atrasado é pouco.

Classificação Indicativa: Livre

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