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Não se pronunciaram

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Bnews - Divulgação Arquivo pessoal

Publicado em 21/02/2022, às 12h24   José Medrado


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Foi notícia nacional que a cantora Anitta e a influenciadora digital Géssica Kayane, a Gkay, deixaram a Bahia, na tarde da última sexta-feira (18) após a Justiça baiana determinar a suspensão da festa chamada de "Plano B do Carnaval", no condomínio Busca Vida. Antes de qualquer consideração a respeito da acertada decisão judicial, preciso registrar a minha grande ignorância e desinformação acerca das “celebridades”, ou “pessoas ilustres” da temporada: nunca tinha ouvido falar em Gkay, “nunquinha” mesmo e quando vi o nome sendo noticiado, lá fui eu pesquisar, pensando que deveria ser alguém com centenas de milhares de seguidores...precisei me certificar que a letra M, após número de seguidores significava milhões, pois é: a ilustre tem mais de dezoito milhões de seguidores...impressionante o número de interessados em suas postagens.

É preciso, de logo, por outro lado, afirmar que a justiça baiana acertou, sem se preocupar com os pomposos nomes que a ação ostentava. O cerne divulgado foi que a casa onde a artista faria o evento é próxima a praia que tem dentro do condomínio onde ocorre a desova das tartarugas, em proteção do projeto Tamar. Fato. Todavia, é sabido que no Condomínio Busca Vida, em sua convenção, é terminantemente proibido aluguel ou afins com o objetivo comercial. Tudo errado. Acredito, porém, que a cantora Anitta e Gkay não deviam ter essas informações pormenorizadas, mas a sua produção, sem falar naturalmente dos proprietários do imóvel, certamente tinham. O registro de destaque também foi a sensibilidade que a comunidade baiana em geral teve para a questão do meio ambiente, uma vez que a região é uma APA (Área de Preservação Ambiental). Talvez por essa questão, não vimos maiores protestos por parte da cantora e da influenciadora digital. Partiram sem se manifestarem.

Não podemos, em nome de interesses pessoais e conveniências de momentos, negar que as questões ambientais precisam ser observadas com mais cuidado. A recente tragédia de Petrópolis, sem dúvida alguma, passa pelas mudanças climáticas que estamos vendo no mundo e não registramos como um problema de todos e lógico pela incúria dos gestores públicos, em ações de prevenção. O que causa espanto são muitos ignorando esse fato, achando que as mudanças climáticas não vão afetá-los, desconsiderando, por óbvio, que têm descendentes diretos ou colaterais que estarão vivendo em um mundo futuro de caos se atitudes não forem tomadas, governos pressionados para que as repercussões da sanha por riqueza sejam minoradas. Vimos isso nesta tentativa da grande festa em Busca Vida. A ação do condomínio trouxe esse caráter educativo, além, naturalmente, de reafirmação da necessidade de preponderar a legalidade.

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