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Prestem atenção na Janja

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Janja não se resume em ser somente uma primeira-dama. Ela é o complemente moderno da versão Lula3.0  |   Bnews - Divulgação Arquivo pessoal
Daniela Pereira

por Daniela Pereira

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Publicado em 15/05/2023, às 21h40


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Historicamente o papel da primeira-dama sempre se resumiu aos trabalhos sociais e a ser um “enfeite” carregado pelo presidente, nos eventos oficiais. Esse papel foi muito bem cumprido por Michelle Bolsonaro e todas as outras que já passaram pelo Palácio da Alvorada. Mas a Janja, não! Com ela é diferente.

Ela não se resume em ser somente uma primeira-dama. Ela é o complemente moderno da versão Lula3.0, o mesmo que chegou para derrotar o fascismo, mas trouxe com ele todo o mesmo pensamento do Lula1.0, que governou há 20 anos.

Em 2003, primeiro Governo Lula, passavam “despercebidas” as declarações gordofóbicas, racistas e preconceituosas, em tom de “piadas”. Naquela época era “aceitável” culpar os games pelos problemas dos jovens; não havia tanta preocupação com a inclusão social e nem com o politicamente correto.

O Lula daquela época foi um fenômeno popular. Ele dialogava com as grandes massas, encantava com seus discursos simples e diretos e guardou a mesma fórmula para ser usada em 2023. Mas Lula esqueceu que a sociedade é outra. Nós somos outros. A minoria acordou, se levantou e agora tem voz.

Lula, um senhor de 77 anos, que já disse não acompanhar redes sociais, não entendeu as transformais sociais que o mundo enfrentou e isso ficou evidente ainda durante a campanha eleitoral.

Para mitigar os estragos, sua equipe logo tratou de preparar discursos lidos para o petista. E quem ficou responsável por essas discursos? Ela mesma… Janja. Ora, não teria uma pessoa próxima ao presidente mais engajada com as causas sociais do que Janja

Formada pela Universidade Federal do Paraná (UFPR), Janja tem especialização em história e MBA em gestão social e sustentabilidade pela Universidade Positivo. Aos 38 anos, ingressou na Itaipu Binacional, hidrelétrica localizada no Rio Paraná, na fronteira entre Brasil e Paraguai, onde trabalhou por quase 20 anos. Atuou como assistente do diretor-geral e coordenadora de programas voltados ao desenvolvimento sustentável.

Entre 2012 e 2016, foi assessora de comunicação e relações institucionais da Eletrobras, no Rio de Janeiro. Em 2016, retornou a Itaipu, onde ficou até 2020. Além de ter atuado como professora universitária de sociologia nos cursos de administração, economia, ciências contábeis e engenharia.

Antenada, ela deu um tom de uma modernidade ao atual Governo, composto por um presidente arcaico, um vice arcaico e um ministério arcaica. Homens brancos, cis, heteronormativos, que não conseguem entender as movimentações e mutações das bandeiras esquerdistas.

E essa modernidade vai desde a preocupação com a inclusão das minorias, o que ficou evidente no ato simbólico de passagem de faixa todo organizado por Janja; passa pelos discursos inclusivos sobre mulheres, negros, nordestinos e homossexuais; e vai até na linguagem mais coloquial da primeira-dama ao chamar o esposo de “maridinho” ou “meu boy”.

Quantos de vocês já viram uma primeira-dama de calças na cerimônia de posse? Quantos já viram uma primeira-dama corrigir o presidente por não ter dado espaço às mulheres no palco? 

Prestem atenção na Janja! Ela é mais que uma primeira-dama, é a pimenta que falta nesse Governo sem nada de novo, diante de uma sociedade versão 5.0, sedenta pela inclusão e pelo imediatismo do politicamente correto.

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