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Varíola do macaco - Lesões na região anal também podem ser causadas pela infecção pelo monkeypox vírus

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Publicado em 09/08/2022, às 10h20   Glícia Abreu


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Doença endêmica em alguns países africanos, atualmente tem sido observado um aumento de surtos da varíola do macaco, não apenas na África, mas também ao redor do mundo, inclusive no Brasil. Até o momento, já existem mais de 970 casos de varíola do macaco diagnosticados no Brasil. Causada pelo monkeypox vírus (MPV), essa doença é transmita para o homem por meio do contato com animais infectados. Acredita-se que a diminuição da vacinação para varíola, doença que foi considerada erradicada mundialmente nos anos 80, pode ter tornado as gerações seguintes vulneráveis a esse vírus.

A vacina contra a varíola também promoveria proteção contra o monkeypox vírus. Além disso, a urbanização, desastres naturais como enchentes e o consumo de animais selvagens têm sido implicadas no aumento de casos da varíola do macaco, especialmente na África. Essa doença se caracteriza pelo aparecimento de lesões na pele associadas ao aumento de gânglios, existindo ainda sinais prodrômicos como febre, astenia e fadiga. As lesões costumavam ocorrer nas mãos e pés, mas o que vem chamando atenção atualmente é a presença de lesões múltiplas ou única na genitália , ânus e reto.Essas lesões anorretais podem se apresentam como uma proctite (inflamação no ânus e reto que provoca dor e sangramento) vêm sendo associadas com a transmissão por meio do contato sexual. Também nesse surtos atuais da varíola do macaco, vem sendo percebido o acometimento maior de homens que fazem sexo com homens ou pessoas com múltiplos parceiros, ressaltando a importância do contato sexual para transmissão da doença.

O diagnóstico da varíola do macaco é feito pela avaliação clínica de lesões mucocutâneas associadas ao aumento dos gânglios e confirmado pelo achado do vírus nas lesões , pelo teste de PCR e dosagem de anticorpos . Não existe tratamento específico para a varíola do macaco, sendo importante a adoção de medidas de suporte e , também, utilização de drogas antivirais.

Importante, ao observar lesões cutâneas que podem acometer a genitália e região anorretal, o doente procurar um serviço de saúde, principalmente se essas lesões ocorreram após o contato sexual recente com um parceiro novo. Nos casos positivos, é necessário que o paciente infectado fique em isolamento até a cicatrização das lesões, pois o vírus pode ser transmitido até mesmo quando as lesões estão na fase de crostas.

*Dra. Glícia Abreu é proctologista

Classificação Indicativa: Livre

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