Bambu da Bahia chama atenção de investidores internacionais

Velho conhecido dos brasileiros, o bambu, também como taquara, faz parte da história
do Brasil. E agora, com um mercado mundial de 65 bilhões de dólares, sendo o mercado interno chinês de 62 bilhões e 3 bilhões de artigos de comércio exterior, o bambu, segundo a presidente do Centro Brasileiro Inovação e Sustentabilidade, Katiane Gouvêa, virou alvo de busca na Bahia primeiramente pelo mercado nacional e internacional do bambu para a construção civil e como fonte de energia renovável.

“No grupo de trabalho de bambu e fibras identificamos e assessoramos modelagens de negócios que estão integradas a políticas públicas de geração de emprego e renda e questões climáticas. O plano ABC + do Ministério da Agricultura trazem metas a serem cumpridas de recuperação de área degradada
e florestas plantadas, entre outras modalidades. Ampliando o contexto, na Bahia também
encontramos a silvicultura de bambu para biomassa, geração de energia, no contexto de energia
renovável. Estudos e pesquisas avançam nos serviços ambientais do bambu envolvendo o
crédito de carbono, no contexto de aquecimento global e mudanças climáticas”, disse.

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Na região de Santo Amaro é possível encontrar diversos plantios de bambu que são
destinados a biomassa para caldeiras.

“Na China, o bambu é tratado como matéria-prima de diversas aplicações, assim como de
segurança alimentar. O broto de bambu é amplamente utilizado na cultura oriental. Em
restaurantes chineses e japoneses do Brasil, encontramos receitas com broto de bambu” reforça
Katiane Gouvêa.

Na primeira quinzena de novembro ocorreu o 2º Congresso Internacional do Bambu e do
Rattan e o 25º Aniversário da Organização Internacional do Bambu – Inbar. O INBAR é um
organismo internacional com 48 países signatários, e o evento contou com a presença do
presidente chinês, Xi Jinping.

Com Mata Atlântica, extenso litoral para construções de casas e pousadas e possibilidade
de vendas a países europeu através dos portos, a Bahia se destaca dos demais estados
brasileiros. O bambu é uma espécie rústica, que demanda poucos cuidados e investimentos no
manejo. Obras arquitetônicas impressionantes de bambu são construídas na China, Japão,
Filipinas, Malásia, França, Bélgica, Holanda.

“Estamos buscando parceiros para implementar na Bahia o 1º Bamboo Park do Brasil, a
partir de recuperação de área degradadas ou desmatada, com o objetivo de educação ambiental
e desenvolvimento econômico-social, com capacitações, oficinas e propagações de mudas. O
bambu é alimento, o que fomenta pequenas indústrias de broto de bambu. O bambu é matériaprima de artesanatos, que fomenta o mercado para designers e os artesões. O bambu é matériaprima para construção civil, que fomenta os escritórios de arquitetura e engenharia.”

Entre 2006 a 2022, o Brasil apresentou déficit comercial na ordem de impressionantes
154,9 milhões de dólares. Foram exportados 5,8 milhões de dólares e importados 160,7 milhões
de dólares, segundo o relatório elaborado pelo Centro Brasileiro Inovação e Sustentabilidade.

Os principais artigos são artigos de madeira para mesa ou cozinha, hashi, tábua para cortar pão
ou artigos semelhantes, obras de cestaria, brotos de bambu e móveis de bambu.

Segundo o levantamento da FAO houve o aumento de 50% a área de plantio de bambu
no mundo entre 1990 e 2020, mas no Brasil ocorreu poucos avanços.