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BNews Agro: Sanidade animal representa menos de 0,4% do preço do boi; entenda

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Estudo diz que investimento em tratamentos preventivos é ínfimo em relação aos preços atuais de venda do boi  |   Bnews - Divulgação Divulgação / Freepik
Verônica Macedo

por Verônica Macedo

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Publicado em 25/11/2024, às 05h30



A pecuária é um negócio bilionário no Brasil. Uma projeção recente do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP) indica que o PIB do segmento em 2024 será de R$801 bilhões. Os investimentos necessários para garantir a saúde animal, no entanto, são baixos, ainda mais quando comparados ao impacto financeiro que uma doença pode ter em todo o rebanho, se mostram baixos. De acordo com um levantamento do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan), este custo representa, aproximadamente, 0,4% dos custos dos pecuaristas brasileiros. 

Atualmente, a vacinação contra raiva, uma doença que pode dizimar grandes rebanhos, custa entre R$ 1,00 e R$ 1,20 por dose aos pecuaristas. Cada animal precisa de uma dose inicial e outra de reforço 30 dias depois, seguida de uma aplicação anual. Assim, em um rebanho de 100 animais, o produtor gasta em média R$300 no primeiro ano - valor que cai a R$100 nos anos seguintes.

Já as vacinas clostridiais, que protegem contra doenças bacterianas que atingem o intestino dos animais, têm um custo por dose que varia de R$ 1,50 a R$2,00, com o mesmo esquema de doses de reforço e aplicação anual da imunização contra a raiva. Outro exemplo importante é a vacina contra brucelose, zoonose causada por bactérias, que é aplicada apenas nas fêmeas entre 3 e 8 meses de vida, em dose única, custando entre R$ 4,00 e R$ 6,00. Obrigatória, essa vacina garante a prevenção de uma doença que pode impactar diretamente a reprodução do rebanho e as margens do produtor. 

Emílio Salani, vice-presidente Executivo do Sindan, reforça a importância do investimento em medicamentos e vacinas de qualidade. “Costumo falar que as vacinas são uma forma de “seguro” para os produtores. É um investimento acessível que protege a produtividade e o bem-estar dos animais. Em longo prazo, é muito positivo ao produtor, tanto no ponto de vista econômico quanto na questão da sustentabilidade”, afirma. 

De acordo com o levantamento Produção da Pecuária Municipal (PPMA), do IBGE, os municípios brasileiros tiveram um efetivo de 238,6 milhões de cabeças de gado em 2023. O setor dos ruminantes só foi inferior aos galináceos, com 263,5 milhões de aves. 

Além das vacinas, os antiparasitários também desempenham um papel crucial na saúde animal. Produtos que controlam a infestação de parasitas externos e internos, com a média de quatro aplicações anuais, custam por volta de R$ 9,00 ao ano por cabeça para o produtor. 

Considerando o preço da arroba do boi a R$ 325,00 (valor em 7 de novembro), o peso médio dos animais de 500 kg (17 arrobas), o custo anual com saúde animal, incluindo vacinas e antiparasitários, é estimado pelo Sindan em R$ 20,00 por cabeça/ano, o que representa cerca de 0,4% do total do valor final do animal. Tal investimento é fundamental na pecuária moderna, já que garante a produtividade, sustentabilidade e bem-estar dos animais, além de reduzir os riscos econômicos associados a doenças e parasitas. 

Segundo Salani, os baixos custos dos medicamentos e vacinas são evidentes principalmente quando comparados aos riscos que doenças e parasitas podem trazer para o rebanho. “Em um cenário onde um produtor tem um rebanho de 100 bovinos, o gasto com vacinas e antiparasitários representaria uma fração minúscula dos custos anuais de operação. É essencial que a indústria veterinária seja valorizada em meio aos grandes produtores".

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