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Publicado em 14/11/2022, às 11h34 Marcelo Toledo// Folhapress
Estados essencialmente agrícolas, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul apostam em ferrovias para desenvolver a logística e melhorar o escoamento da produção do agronegócio do Centro-Oeste rumo ao porto de Santos.
Enquanto Mato Grosso inicia as obras de uma ferrovia de 730 quilômetros ligando polos como Rondonópolis, Cuiabá e Lucas do Rio Verde, em Mato Grosso do Sul o governo eleito planeja trabalhar para destravar processos e fazer com que ferrovias tenham melhorias no estado.
As ferrovias são vistas pelos governos como primordiais para vencer as grandes distâncias entre a região e Santos, que fica a 1.400 quilômetros de Rondonópolis, cidade que será ainda mais primordial com a extensão ferroviária que a concessionária Rumo fará até 2030, conectando-a a Cuiabá e Lucas do Rio Verde.
Dois trens de 120 vagões que deixem a cidade mato-grossense rumo ao porto no litoral paulista retiram o equivalente a 700 caminhões das estradas.
Para que a obra saísse do papel, o governo estadual criou uma legislação que permitiu que a Rumo pudesse construir e operar a ferrovia.
Inicialmente, havia a possibilidade de as permissões saírem por meio do governo federal, mas uma demora do Ministério da Infraestrutura, então sob comando de Tarcísio de Freitas (Republicanos), eleito governador de São Paulo, fez com que o estado decidisse desenvolver os mecanismos necessários para uma ferrovia estadual.
Na avaliação do governador Mauro Mendes (União Brasil), o custo do frete tende a diminuir no estado, o que representará mais recursos na mão dos grandes empresários do agronegócio.
Já Eduardo Riedel (PSDB), eleito no último dia 30 governador de Mato Grosso do Sul, disse que prevê avanços no transporte ferroviário no estado a partir da relicitação da malha oeste da própria Rumo e da construção de uma nova ferrovia.
"São duas ações altamente estratégicas do estado", disse o futuro governador.
João Alberto Abreu, presidente da Rumo, disse que segue a discussão com o governo federal para a relicitação da malha oeste, que entra no estado por Três Lagoas e segue até Corumbá, passando pela capital sul-matogrossense, Campo Grande.
Já a nova ferrovia esperada parte do porto de Paranaguá (PR) e segue até o centro-sul de Mato Grosso do Sul, onde encontra a malha da Rumo.
"Essa nova Ferroeste vem de Paranaguá, atravessa o Paraná inteirinho, entra no sul do estado e encontra em T o braço que liga Campo Grande a Ponta Porã, entre Ponta Porã e Maracaju. Esse eixo é extremamente estratégico para o estado, que é a região mais industrializada, pelas cooperativas do Paraná, é a região de maior fluxo de grãos e de mercadoria e que, encontrando a malha oeste, dá uma competitividade muito grande a todo o estado. É um projeto que nós temos que avançar", disse Riedel.
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