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BNews Agro: Governo Lula busca verba milionária para recuperar pastagens

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Meta com verba milionária é recuperar 40 milhões de hectares de pastos com algum nível de degradação em dez anos  |   Bnews - Divulgação Reprodução Pixabay

Publicado em 05/08/2023, às 09h54   Cadastrado por Rafael Albuquerque


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O governo federal pretende levantar US$ 120 bilhões para ajudar a recuperar 40 milhões de hectares de pastos com algum nível de degradação em dez anos e, assim, quase dobrar a área cultivada no país, atualmente em 52 milhões de hectares.

O programa para recuperação de pastagens de baixa produção foi apresentado pelo Ministério da Agricultura aos governos, bancos de investimentos e fundos soberanos do Japão, Coreia do Sul, Arábia Saudita e Emirados Árabes nas últimas semanas. O programa deverá ficar pronto e começar a operar até o fim deste ano, segundo o secretário de Comércio e Relações Internacionais da Pasta, Roberto Perosa.

Recursos privados também deverão compor o caixa do programa, que será administrado pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), responsável pela captação dos valores lá fora e pelo repasse às instituições financeiras que vão operacionalizar os financiamentos na ponta, segundo o Globo Rural. A instituição também desempenhará o papel de garantidor das operações.

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A Companhia Saudita de Investimento Agrícola e Pecuário (Salic) foi um dos agentes que confirmaram interesse em participar do programa. A ministra de Cooperação Internacional dos Emirados Árabes Unidos, Reem Ebrahim Al Hashimy, também sinalizou que o país quer participar com “grande fatia” dos US$ 120 bilhões buscados pelo Brasil, disse Perosa.

O Ministério da Agricultura quer construir algo “disruptivo”, avaliou Perosa. “Queremos fazer em dez anos o que foi feito nos últimos 50 anos no país”, afirmou.


Mapeamento sobre pastagens

Dos quase 152 milhões de hectares no país ocupados por pastagens mapeados pela Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), 34 milhões estão com degradação severa. Outros 63 milhões de hectares estão com qualidade intermediária e 55 milhões apresentam boas condições produtivas. Os dados servem de base para o programa e foram apresentados na missão internacional.

Os diferenciais do programa deverão ser os juros e os prazos. O objetivo é que a linha de financiamento tenha taxas finais aos produtores perto de 4% ao ano, disse o secretário, com três anos de carência e 12 anos para pagamento.

Na estruturação do programa, a intenção é alcançar uma taxa atrativa, cerca de metade da atual SOFR (Secured Overnight Financing Rate, do Federal Reserve dos Estados Unidos, referência para empréstimos interbancários em dólar), hoje de 4% ao ano. Com juros-base de 2% mais os spreads bancários, a alíquota final ficaria em 4% ao ano aos tomadores, disse Perosa.

A justificativa do ministério para buscar esse corte nas taxas são os ganhos ambientais e sociais que a recuperação e a conversão das pastagens degradadas podem gerar para o Brasil e para o mundo, além da previsão de que a taxa vai cair nos próximos anos. A Pasta avalia ainda atrelar uma taxa variável à linha com base na SOFR.

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