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Maior evento agro do Brasil projeta movimentar bilhões em negócios

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Caravanas de diversos cantos do mundo são aguardadas para o evento que se tornou uma das grandes referências internacionais no setor  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Pixabay

Publicado em 05/02/2023, às 10h56   Cadastrado por Lorena Abreu


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O maior evento do agronegócio brasileiro, pela projeção de transações comerciais em torno de R$ 3,5 bilhões em 2023, abre oficialmente o calendário de feiras agropecuárias no Brasil na próxima semana. A 35ª edição do Show Rural Coopavel, a primeira com funcionamento pleno desde a pandemia de Covid-19, vai receber 300 mil visitantes de 6 a 10 de fevereiro no Parque Tecnológico da Coopavel, em Cascavel, no oeste do Paraná.

Segundo informações do site Gazeta do Povo, Caravanas de diversos cantos do mundo são aguardadas para o evento que se tornou uma das grandes referências internacionais no setor.

“Neste período, a população local praticamente dobra [Cascavel tem 330 mil habitantes], com resultado intenso para todos os setores da economia. Hotéis lotados com reservas antecipadas há um ano em toda a região, restaurantes tendo de contratar, ou seja, toda a economia regional se beneficia com o evento”, afirma o diretor-presidente da Coopavel, Dilvo Grolli. Além de movimentar a economia regional, o Show Rural é um dos maiores eventos do turismo de negócios do Paraná.

Apesar de levar "show" no nome, o evento não opera como uma feira gastronômica, nem com atividades artísticas e de entretenimento. O espetáculo fica por conta das inovações, da tecnologia, do que há de mais moderno para o campo e para todos os tipos e portes de propriedades. O maior espaço está voltado às pequenas propriedades. Na região Sul do Brasil, cerca de 74% delas têm menos de 50 hectares e comumente consideradas familiares. O foco está no incentivo à industrialização e diversificação, oferecendo opções de geração de emprego e renda.

Dos 600 expositores do Show Rural 2023, 120 são startups ou empresas de tecnologia e inovação que transferem para o campo o que há de mais moderno para aumento de produtividade e melhoramento genético.

As gigantes do mundo tec, como Google, IBM, Dell, Huawei e Oracle, estão com espaço garantido. “Elas estarão a poucos passos umas das outras, tornando a visita a esse ambiente ainda mais interessante”, é o que afirma o coordenador do Show Rural Digital, José Rodrigues da Costa Neto. A tecnologia para o agro contará ainda com hackathon, Fórum de TI das Cooperativas, Like a Farmer e Bootcamp. Ambiente em metaverso também será uma atração focada nos negócios.

“O produtor rural precisa estar inserido neste contexto tecnológico. Hoje um drone sobrevoa uma lavoura, identifica invasores, plantas daninhas e leva a informação em tempo real para a propriedade, o celular. Isso permite que uma aplicação de defensivo seja feita de forma certeira, onde de fato necessita. Economia, preservação e, mais uma vez, tecnologia”, pondera Dilvo Grolli.

Um dos pontos amplamente debatidos com autoridades que participarão do evento diz respeito ao agro que aumenta a produção, mas que protege. Na visão de Dilvo Grolli, pouco ou quase nada se fala sobre isso no mercado internacional, sustentando a visão apenas de um Brasil que desmata e que rompe de forma indiscriminada as barreiras agrícolas.

“Nos últimos 32 anos do agro brasileiro, a produção cresceu 440%, enquanto neste mesmo período as novas áreas incorporadas cresceram 104%. A diferença é no aumento de produtividade, melhoramento, de inovações e novas tecnologias”, afirma ele.

No ano passado, a produção brasileira foi de 272 milhões de toneladas. "Em 2023, chegaremos a 312 milhões de toneladas, 15% de aumento entre um ano e outro apenas com melhoramento de produtividade. Antes de 2030 vamos passar dos 400 milhões de toneladas de produção”, calcula.

O diretor-presidente da Coopavel acrescenta que, com 212 milhões de habitantes, o Brasil produz alimentos para até 1 bilhão de pessoas por ano. “Somos o primeiro produtor mundial de soja e primeiro exportador mundial da oleaginosa; o terceiro maior produto de milho e segundo exportador mundial do grão, mas é preciso associar isso à preservação. O Brasil preserva 41% do seu território, enquanto o agro utiliza de 7% a 8% do território nacional para cultivo”, compara.

O índice é o equivalente a 77 milhões de hectares. "Temos 41% de área protegida, chegando a 515 milhões de hectares. Quem não preserva, precisa ser enquadrado, mas não se pode enquadrar toda uma categoria inteira por conta daqueles que não preservam”, defende ele.

Cerca de 18% da população brasileira está diretamente ligada ao agro. Na ponta econômica, o segmento representa de 24% a 27% do Produto Interno Bruto (PIB), com R$ 1,180 trilhão considerando apenas o Valor Bruto da Produção Agropecuária (VBP). “O agro movimenta o Brasil e coloca alimento na mesa de 12% da população mundial”, comenta o representante do evento.

As tendências do agronegócio do futuro também estarão representadas no Show Rural. Um grupo de empresas, nacionais e estrangeiras, vai difundir a cadeia dos bioinsumos e biofertilizantes. “Saímos de uma fase do agro em que se priorizava a melhor semente, o melhor produto químico, a melhor colheitadeira, o melhor trator, a máquina de plantio mais moderna. Mas, quando o assunto é sobre os tratos culturais, estamos vivendo um momento ímpar com bioinsumos e biofertilizantes. Vamos tirar um pouco dos produtos químicos e colocar bioinsumos nas lavouras. Associado à tecnologia da informação, isso vai acelerar os processos de produtividade e preservar o meio ambiente”, pondera Dilvo Grolli.

O espaço para as máquinas milionárias e gigantescas também está garantido. Quem quiser levar uma delas para casa, contará com linhas de crédito disponibilizadas por instituições financeiras durante a feira.

Classificação Indicativa: Livre

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