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Óleo de dendê é usado em produção de biocombustíveis mais eficiência

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O óleo se destaca pela sua cadeia química – similar à dos combustíveis fósseis – e pela alta eficiência na produção  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Daniel Serrano

por Daniel Serrano

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Publicado em 04/11/2023, às 10h34


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O óleo de palma, conhecido como óleo de dendê, vem sendo usado como matéria-prima para desenvolver biocombustíveis de segunda geração com mais eficiência. É o que diz o CEO do Grupo BBF (Brasil BioFuels), Milton Steagall.

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O executivo afirma que, apesar de o Brasil ter uma pequena participação na produção de óleo de palma, o país tem um potencial para o cultivo sustentável da palma e se tornar referência na produção dos biocombustíveis de segunda geração, como o Combustível Sustentável de Aviação (SAF) e o Diesel Verde.

“O Brasil possui uma participação ainda tímida no mercado da palma. Mas a palma tem muitas virtudes. Uma das mais relevantes do ponto de vista socioeconômico é que o seu cultivo não pode ser mecanizado, o que gera milhares de empregos e renda para a população das localidades onde é inserida. Só no Grupo BBF são mais de 6 mil empregos diretos gerados e 18 mil indiretos em cinco estados do Norte”, disse Steagall.

“Outro ponto importante é que tem uma cadeia de produção ampla, que vai desde o plantio da semente, até os tratos culturais, colheita e operação de indústrias voltadas para extração do óleo, usina para produção de biodiesel e a inédita biorrefinaria para desenvolvimento de SAF e Diesel Verde”, acrescentou, que ainda chamou a atenção para o fato de que a cadeia produtiva da palma pode ser feita em que seja derrubada nenhuma árvore de floresta.

“O potencial do óleo de palma para a geração de biocombustíveis na Amazônia é enorme, visto que temos um verdadeiro ‘Pré-Sal Verde’ na região, com mais de 31 milhões de hectares aptos ao cultivo sustentável da palma de óleo”, explica o CEO do Grupo BBF.

O cultivo da palma segue a legislação definida pelo Governo Federal no decreto 7.172/2010, o, definido em maio de 2010, que define que a palma só pode ser cultivada em áreas que foram antropizadas na região amazônica até dezembro de 2007.

“Atualmente, o Brasil tem menos de 2% do mercado mundial de palma, cultivando a planta em uma área inferior a 300 mil de hectares. Há ainda muito potencial para crescer sem derrubar nenhuma árvore de floresta, pelo contrário, reflorestando áreas antes degradadas, gerando emprego e renda para a população. E desta maneira, desenvolver biocombustíveis e gerar energia limpa para os moradores que lá residem”, comenta.

Além do impacto positivo na economia e ambientais, o óleo de palma se destaca pela sua cadeia química – similar à dos combustíveis fósseis – e pela alta eficiência na produção. A palma produz 10 vezes mais óleo por hectare do que a soja, outra matéria-prima usada para produção de biocombustíveis. A estimativa é que até 2030 sejam necessários 20 bilhões de litros por ano de SAF para atender as necessidades globais.

“Esta é uma meta ambiciosa para um setor que precisa se descarbonizar rapidamente. Por outro lado, o mundo ainda enfrenta escassez em produzir matéria prima para produção dos biocombustíveis avançados. Em um horizonte de médio e longo prazo, a palma brasileira ‘é’ e ‘continuará sendo’ a cultura com maior eficiência para a descarbonização do setor aéreo”, defende o executivo.

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