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Pecuarista desenvolve ração que reduz emissão de gás metano por bovinos

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A ração serviu de estudo para pesquisadores  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 28/06/2022, às 17h11   Redação BNews


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Meio que por acaso, um pecuarista de Mato Grosso acabou desenvolvendo uma dieta para bois confinados, que ajuda no controle das emissões do gás metano que vem da ruminação bovina. Morador de Rondonópolis, Márcio Jorge, cria 300 cabeças de boi.

Segundo reportagem do g1, sua invenção foi até parar no Instituto de Zootecnia da Secretaria de Agricultura do estado de São Paulo, em Sertãozinho, onde pesquisadores estudam a emissão de gases da atividade pecuária.

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Em entrevista ao Globo Rural, o pecuarista disse que tudo começou por conta de um item da dieta convencional dos animais que estava sendo difícil oferecer para todos: o volumoso, capim que deve ser dado para o boi junto com milho na dieta convencional.

Na reportagem ele explica que por ser engenheiro florestal e professor de química, resolveu que queria mexer nas fórmulas já existentes da ração sem volumoso, que exige alguns aditivos.

Foi aí que ele acrescentou na ração moléculas tratadas de lisina e taurina, que são aminoácidos que melhoram a digestão e o desempenho do gado. Esses elementos controlam o excesso de ácido produzido no rúmen dos animais.

Deu tão certo, que em 2006, ele abriu uma fábrica de ração para vender o produto — devidamente registrado no Ministério da Agricultura. Até 2021, cerca de 300 mil animais confinados foram engordados com essa dieta desenvolvida por ele.

A reportagem cita que com a nova fórmula, Márcio buscou ainda resolver o problema da falta do volumoso na ração. Ele conseguiu, mas acabou acertando naquilo que ele nem imaginava.

No dia a dia ele pode verificar que o gado estava ruminando muito menos, o que faz com que diminua a produção do gás metano, fruto do processo digestivo de ruminantes e um dos responsáveis pelo aquecimento global.

Os pesquisadores envolvidos em estudos sobre o caso, separaram o gado em três piquetes, cada um com 12 bois em um sistema de confinamento. E foi constatado que os animais que consumiram a ração sem volumoso, desenvolvida pelo Márcio, emitiram 77% menos de gás metano: apenas 60 gramas por dia.

Já os animais que comeram a dieta controle, com volumoso, concentrado e antibiótico, emitiram 261 gramas de metano por dia. E o grupo que comeu a dieta dois, com algas e sem antibiótico, emitiu 15% a menos: 220 gramas.

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