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Pesquisador diz que pecuária pode ser solução para mudanças climáticas com "arroto do boi"; entenda

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Pesquisador da Universidade da Califórnia, Frank Mitloehner, esteve no Brasil na primeira semana de maio  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Bahia Farm Show

Publicado em 29/05/2022, às 10h51   Redação BNews


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O pesquisador da Universidade da Califórnia, Frank Mitloehner, que esteve no Brasil na primeira semana de maio, para participar de um fórum sobre metano promovido pela JBS, afirmou que a pecuária pode ser solução para mudanças climáticas.

Em palestra a representantes do agro, Mitloehner disse que o metano - gás emitido pelo arroto do boi - tem um tempo de vida menor na atmosfera e suas moléculas são destruídas em pouco mais de uma década, enquanto o CO2 não.

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Em entrevista à Folha de São Paulo, o pesquisador não negou que a pecuária seja uma das causadoras das mudanças climáticas, mas defendeu que os maiores vilões são os combustíveis fósseis. O "guru dos gases de efeito estufa", como ele se intitula nas redes sociais, disse que enxerga um duplo potencial para o metano.

De acordo com ele, diminuir as emissões provocaria uma relevante queda no nível de gases na atmosfera, já que as moléculas liberadas há dez anos estariam sendo destruídas também.

"Podemos fazer da agricultura parte de uma solução climática e isso não é papo de greenwashing. Para o Brasil, há uma oportunidade real", disse o pesquisador, reforçando a tese de que não é preciso eliminar a pecuária para enfrentar as mudanças climáticas.

"A pecuária é muitas vezes descrita como uma das principais fontes de gases de efeito estufa que causam mudanças climáticas. É verdade que a pecuária é fonte desses gases, mas eles estão, de longe, mais presentes nos setores de combustíveis fósseis que incluem transporte, produção e uso de energia", completou.

Mitloehner afirmou ainda que, embora o CO2 não seja tão potente em reter o calor do sol quanto o metano, ele tem uma vida útil de 1.000 anos na atmosfera, citando o exemplo de que "todas as vezes que você dirigiu um carro na vida, você colocou CO2 no ar —e tudo isso ainda está lá".

No caso do metano, ele explica que é diferente. Segundo ele, o metano é um potente gás de efeito estufa e tem um forte impacto por molécula, mas ele não é apenas produzido, também é destruído por um processo químico na atmosfera chamado oxidação. São moléculas que destroem o metano, e isso geralmente acontece dentro de uma década.


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