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Passado o Carnaval, “Xenhenhem” atinge alto número de foliões

Publicado em 20/02/2015, às 14h15   Amanda Sant'ana



Todos os anos, a mesma coisa. Antes de terminar o Carnaval de Salvador, as emergências da cidade já começam a registrar um número alto de pacientes apresentando quadros infecciosos como intestinais e respiratórios. Ano passado “Lepo-Lepo”, este ano “Xenhenhem”, nome apadrinhado pela população por conta do conjunto de sintomas que levam a virose pós Carnaval.
Corpo mole, dor de cabeça, coriza, dor de garganta, tosse, diarreia, febre, entre outros sintomas, interromperam o Carnaval de muitos foliões no decorrer dos sete dias de folia. Vítima do “Xenhenhem”, a autônoma, Vanessa Parta contou estar “arriada” desde a terça-feira (17) da folia momesca.
“Curti poucos dias na rua, mas foi o suficiente para ter o contato com os vírus. Comecei sentindo muita fraqueza, dores no corpo, dor de cabeça, até evoluir para garganta inflamada, gripe, febre de 39 °C, vômitos e diarreia. A sensação que tenho é de que vou morrer”, contou Vanessa que buscou um especialista e está sob os cuidados de medicamentos e repouso.
Outra vítima do “Xenhenhem” foi a sua filha de 2 anos, Bruna Prata. Apesar de ter saído dois dias, Vanessa contou que a criança apresentou sintomas da virose. “Ela já está com menos sintomas. Apresentou apenas tosse e febre, mas, já estamos tratando com medicamentos”, contou.
Assim como elas, a aposentada, Maria Neusa Ribeiro, caiu na cama, mesmo não tendo caído na folia: “Minha família estava aqui reunida e mesmo quem não vai à rua, recebe os vírus de quem traz”, disse a aposentada que está se automedicando com chás, antiinflamatório e antitérmico: “Minha febre foi muito forte, não aguento nem levantar. Por todos os sintomas que tive, só me resta esperar passar em repouso absoluto”.
O médico infectologista e professor da Escola Bahiana de Medicina, Robson Reis, explica que o Carnaval, assim como outras festas populares reúne condições para que as pessoas adoeçam. “É uma festa de aglomeração, várias pessoas juntas em um espaço pequeno. Os vírus são transmitidos mais facilmente do que as bactérias. Carnaval é uma maratona também. As pessoas ficam atrás de trio, em camarotes e muitas pessoas não têm preparo físico para isso, diferente dos artistas que se preparam ao longo do ano. As pessoas, neste período, se hidratam menos, pois passam a ingerir mais outros tipos de líquido que acabam por saciar a cede, a exemplo de refrigerantes e bebidas alcoólicas, as pessoas dormem menos e geralmente ingerem alimentos pobres em nutrientes, o que acaba contribuindo para baixar as defesas do organismo. Algumas pessoas também acabam durante a festa por dividir a mesma lata de cerveja ou copo, e até mesmo algumas mulheres que compartilham maquiagem, batom, toalha de rosto e tudo isso acaba contribuindo para transmissão de agentes infecciosos a exemplo de vírus e bactérias, facilitando o surgimento de infecção ou até mesmo, se já instalada, contribuindo para propagá-la.  
Ainda de acordo com o infectologista, as doenças que surgem após o Carnaval podem se manifestar de diversas maneiras. “Há um aumento de doenças infecciosas principalmente intestinais e respiratórias. As doenças mais comuns são resfriados e gripes, além das infecções intestinais”, aponta. Ele conta ainda quais cuidados necessários para recuperação. “O repouso é bastante importante, assim como a hidratação. A pessoa também deve evitar ambientes fechados, optando por locais arejados, bem como está atento aos hábitos de higiene, principalmente a lavagem das mãos e evitar está levando as mãos mesma a região da boca e nariz”, finaliza.

Classificação Indicativa: Livre

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