Surdo, caixa, repinique e tamborins são tocados pelo grupo sob o comando de um mestre. Até parece a descrição da bateria de uma escola de samba num desfile no sambódromo. Mas a passarela é a rua Helvétia, mais precisamente o coração da Cracolândia, no centro de São Paulo, onde teve início um desfile que tomou as ruas do entorno da estação Júlio Prestes, na região da Luz, nesta sexta-feira (5).
Os ritmistas são dependentes químicos “pescados” no fluxo. O mestre é Anderson Rogério Santos, 37. Terapeuta do programa Recomeço, do governo estadual, ele começou a buscar os músicos entre os usuários de drogas que se acotovelam em busca de crack na rua Dino Bueno. Conseguiu que muitos trocassem, ao menos por algumas horas, os cachimbos pelas baquetas.
Atraiu não só dependentes químicos como alguns moradores do entorno, artistas de rua e produtores culturais, reunindo cerca de 300 pessoas, de acordo com a organização.
Informações de FolhaPress
