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Comerciantes relatam baixa lucratividade e perseguição da Semop na folia

Publicado em 26/02/2017, às 18h18   Guilherme Reis


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Baixa lucratividade e “perseguição” dos fiscais de Secretaria Municipal de Ordem Pública (Semop) foram os principais problemas relatados ao Bocão News por comerciantes que atuam no Circuito Barra-Ondina desde o início da folia.

Proprietários de uma barraca de lanches como hambúrguer e cachorro-quente, Maria Genilda e Antônio Carlos trabalham no Carnaval há cerca de 10 anos e elegeram 2017 como um dos piores em termos de lucro. Embora não soubessem estimar quanto faturaram até a tarde deste domingo (26), eles disseram que o movimento foi visivelmente menor. “Achávamos que isso aqui ainda estaria cheio às 3h da madrugada de sábado”, disse Maria, apontando para a rua. “Mas, quando deu 1h, já estava vazio”, contou.

O vendedor de lanches Antônio Carlos

Ela também reclamou do preço pago pelo alvará concedido pela prefeitura, superior a R$ 1 mil, e do aluguel do espaço, de R$ 6.500. “Por causa disso, a gente não tem como vender mais barato para o consumidor”, prosseguiu a comerciante, que também se queixou da truculência dos fiscais da Semop, a qual acusou de perseguir os comerciantes. “A prefeitura deveria organizar melhor. Descemos com a mercadoria lá longe e temos que vir a pé porque não pode circular carro aqui perto”, acrescentou.

Coloquei R$ 450 e só tirei R$ 800", conta a vendedora Paula Souza

Ana Célia, que vende churrasquinho e cachorro-quente, contou que perdeu dois botijões de gás e uma barraca para o “rapa”, como é chamada a ação da Semop que recolhe mercadorias e outros objetos considerados irregulares. “Disseram que o botijão era material explosivo. Como vamos trabalhar desse jeito?”, questionou. “Não pode usar espetinho, nem faca, levam o botijão. O churrasco sai a R$ 10, se fosse no espetinho, sairia a R$ 3,50”, pontuou, mencionando a diária de R$ 100 como outro fator que contribuiu para o baixo desempenho das vendas. “Isso é o nosso prefeito”, disparou.

"Como vamos trabalhar?", questionou vendedora,que teve botijões apreendidos

Já a vendedora de bebidas, Paula Souza, revelou que irá embora já nesta segunda (27), antes mesmo de a folia chegar ao fim. Além de ter reclamado do “rapa”, ela contou que tem vendido pouco. “Coloquei R$ 450 e só tirei R$ 800. Dormimos em qualquer canto porque não tem lugar, e a minha comida quem traz são os meus parentes, que moram longe”, disse. A comerciante também relembrou os problemas que ela e diversos colegas tiveram para se credenciar e formalizar a atuação na festa. “Esse ano foi muito pior que ano passado”, avaliou.

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