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Há nove dias dormindo no circuito, ambulante comemora bom movimento do Carnaval

Roberto Viana/BNews
Apesar da boa venda, mulher reclamou de exclusividade da comercialização da cerveja   |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/BNews

Publicado em 09/02/2018, às 17h37   Shizue Miyazono



Todos os anos centenas de ambulantes dividem os circuitos do Carnaval com os foliões e trios elétricos. Mas os sacrifícios são grandes para poder faturar durante a festa momesca. Na tarde desta sexta-feira (9), segundo dia oficial da folia, a ambulante Rose Mary, moradora de Camaçari, na Região Metropolitana de Salvador, contou ao BNews que está há nove dias sem voltar para casa. Ela, o marido e a filha estão desde antes do pré-carnaval em um ponto na Barra. Para descansar, a família deita no passeio mesmo e compram quentinhas para se alimentar. Já para tomar banho, pagam R$ 3 para a dona de uma loja de biquíni, que deixa usar o chuveiro. 

"Para as demais necessidades, usamos o banheiro químico mesmo", explicou Rose.

Mas o sacrifício vale a pena. Segundo a mulher que trabalha no Carnaval há cinco anos, o movimento tem sido muito bom. Apesar de muita gente falar do esvaziamento da folia baiana, Rose lembre que ninguém deixa de beber durante a festa.

Apesar de afirmar que as vendas estão boas, ela reclamou da exclusividade na comercialização de apenas uma marca de cerveja e explicou que os foliões reclamam: "eles dizem que estão pagando e querem beber o que quiser".

O ambulante Erivaldo dos Santos, de 39 anos, que há 15 trabalha no Carnaval também está seguindo essa rotina. Ele e a esposa dormem no circuito e comprar quentinha para se alimentar no local mesmo. A reclamação do ambulante é quanto à atuação da fiscalização. 

"É uma falta de respeito, chegam humilhando, chutando e empurrando as coisas, não falam direito, não cumprimentam nem nada", explica o ambulante.

Apesar das reclamações quanto à venda de apenas uma marca de cerveja, os ambulantes dizem que não arriscam a comercializar outra marca por medo da fiscalização.

Cordeiros

Acompanhada do companheiro, Jaguaracira Fernandes dos Santos, 47 anos, aproveitou o Carnaval para ganhar um extra. Pelo segundo ano consecutivo, ela vai trabalhar como cordeira. Sentada em um pedaço de papelão em uma rua transversao ao circuito Dodô, a mulher conversou com o BNews e contou que chegou às 14h e só vai embora depois do desfile do bloco, que não sabe a hora que vai acabar. Para se alimentar, o bloco deu duas bolachas, três águas e uma caixa de suco.

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