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Retorno do carnaval de rua já era uma tendência esperada, afirma Gil

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O cantor acredita que o modelo de abadá saturou um pouco os foliões   |   Bnews - Divulgação Roberto Viana/BNews

Publicado em 13/02/2018, às 22h07   Yasmim Barreto


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O Carnaval de Salvador de 2018 invadiu os circuitos remetendo aos antigos carnavais, com diversas atrações de peso voltadas ao folião pipoca, causando uma escassez nos blocos pagos. Ao BNews, um dos maiores nomes da MPB, Gilberto Gil, ressaltou que esse acontecimento já era esperado. 

O cantor relembrou a época em que fazia o Expresso 2222 com a pipoca ''Eu passei anos e anos fazendo o Expresso 2222 só com a pipoca, depois a Daniela passou a fazer alguns dias com a pipoca, outros artistas e agora todos estão fazendo. É uma tendência natural, porque o modelo do abadá foi saturando um pouco, e a diversidade toda dos gêneros musicais e os comportamentos foram exigindo essa postura um pouco mais aberta ao carnaval e espontânea da rua''. 

Entretanto, não há extinção dos blocos, segundo Gil, o próprio público está pedindo e querendo mais contato com a rua e com a outra parcela de foliões que está na pipoca. ''Esse próprio público foi admitindo um pouco mais e querendo mais o contato múltiplo com a cidade toda, com todo mundo na rua, isso já vem de alguns anos e agora tá consolidando''. 

Além disso, o cantor acredita que há uma relação entre os carnavais de todo o Brasil, e que a influência e troca de culturas principalmente entre Rio de Janeiro, São Paulo e Salvador. Pois, nessas mesmas cidades [São Paulo e Rio de Janeiro] não tinham carnaval de rua, como em Salvador, e começaram a aderir. ''A Bahia contaminou São Paulo e Rio de Janeiro e agora Rio e São Paulo contaminam a Bahia'', brincou.  Gilberto Gil ainda completou ''É um fluxo interessante de trocas e intercâmbios''. 

A nova geração também está incluída na teoria de Gil, de acordo com ele, os adolescentes e suas novas formas, autônomas e abertas, de comportamento inspiram e influenciam o retorno do antigo carnaval. ''Eles impulsionam essa presença forte de público aberto e livre na rua''. 

Vai Vai - Ao ser homenageado pela escola de samba Vai Vai, Gil declarou a importância e felicidade em fazer parte de uma escola tradicional, de 88 anos, com forte ligação a cultura negra. ''A Vai Vai com uma inserção muito forte da cultura negra lá em São Paulo que já é uma coisa extraordinária, foi ótimo''. 

Classificação Indicativa: Livre

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