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Kannário X Polícia Militar: relembre polêmicas envolvendo cantor e corporação no Carnaval de Salvador

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Publicado em 24/02/2020, às 19h10   Juliana Nobre


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Nesta segunda-feira (24), o cantor Kannário, conhecido como Príncipe do Guetho, se envolveu em mais uma polêmica com a Polícia Militar. O cantor arrasta multidão desde que comanda a pipoca do Kannário no Campo Grande, no Carnaval de Salvador. Nesta segunda-feira (24), o deputado federal chegou a agredir verbalmente um policial militar que agia dentro da pipoca para conter foliões. “Vem, seu b***a mole”.

As polêmicas datam de 2017. Durante a Micareta de Feira de Santana, Kannário repreendeu a ação de uma policial feminina que lhe rendeu denúncia por desacato ao funcionário. No depoimento da PFEM, a funcionária pública conta como aconteceu. “Em um certo momento, onde me encontrava em patrulha ao lado do trio do cantor e vereador Igor Kanário ocorreu um tumulto, onde foi necessário intervir em uma rixa (um estado e hostilidade entre pessoas), uma desordem da qual foi necessária a utilização da força para proteger aqueles que ali estavam [...] Neste momento o Vereador, Igor Kanário, de cima de seu trio fez sinal de negação com a cabeça e repreendeu a minha patrulha, momento que  me antecipei a ele informando que estávamos fazendo o nosso trabalho  e  solicitando  respeito. Apesar da minha voz sair inaudível por conta do barulho do trio elétrico, o mesmo então iniciou seu discurso, uma verdadeira depredação pública , questionando quem era eu, que era apenas uma soldado da polícia militar, que em nada mandava, que nem oficialato possuía,  fazendo gestos obscenos e incitando toda a população que o seguia contra mim, que me sentir naquele momento impotente”. 

Com isso, o então vereador fechou acordo com a policial militar Tainá Gomes, ficando acertado em audiência de conciliação que coube a ele o pagamento de R$ 9 mil, ao longo de 30 meses.

Em 2018, o cantor cobrou o prefeito ACM Neto maior participação no Carnaval. Ele também se direcionou ao governador Rui Costa: “Governador, preciso de uma audiência com o senhor. Eu tenho imagens da Polícia Militar agredindo a população. Isso é abuso de autoridade, agressão. Um desrespeito à população, nós que pagamos o imposto”. O clamor do cantor rendeu, após essas declarações, revolta na população, que destruiu isopores de alguns vendedores ambulantes. Os pedaços ficaram espalhados pela Avenida. 

As declarações propiciaram resposta do comandante da PM, coronel Anselmo Brandão, que rebateu as críticas. Kannário deveria botar o capacete, descer e trabalhar junto com a tropa. Infelizmente ele não colabora com a corporação, inclusive ele joga sua massa contra a corporação. Isso é um fator de violência que gera violência. Isso não vamos aceitar. Porque nós estamos sempre nas ruas trabalhando e não é de uma hora para outra que ele vai denegrir todo o trabalho que foi feito durante muito tempo. 

Ainda no mesmo ano, a 68ª Companhia de Polícia Militar de Ilhéus vetou um show do cantor. Segundo o Major Robson Farias, a Polícia Militar não teve condições de fornecer a segurança na data divulgada pela produção do evento. 

Já em 2019, o deputado federal gerou polêmica ao puxar um bloco pipoca também no Circuito Dodô. Ele desfilou fantasiado de policial militar. No entanto, o brasão no braço do parlamentar estava escrito “Comando da Paz”. Comando da Paz, conhecida como CP, é uma facção criminosa que atua, principalmente, na Região Metropolitana de Salvador. Questionado, Kannário afirmou que estava “homenageando toda a corporação [da PM], ao comandante Anselmo Brandão e a toda Polícia Militar”.

Este ano, a nova polêmica já rendeu resposta da PM."A Polícia Militar da Bahia repudia as provocações e agressões feitas à tropa pelo Igor Kannário durante a passagem do trio na tarde desta segunda-feira (24), no Campo Grande. Além da atitude irresponsável e criminosa o também deputado federal incitou os foliões contra os policiais militares que faziam o policiamento do circuito Osmar. É inaceitável que qualquer pessoa, ainda mais um parlamentar, tente comprometer a honra da instituição e de policiais militares que estão comprometidos e empenhados na defesa da sociedade baiana. Todas as medidas judiciais cabíveis que o caso requer serão adotadas".

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