Olimpíadas

Provas de natação devem acontecer em arena abafada e com muito calor

Publicado em 28/07/2016, às 19h41   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

O inverno do Rio de Janeiro está quente. E se a temperatura continuar alta em agosto, os torcedores que forem ver as provas de natação devem sentir calor também à beira da piscina.
O Estádio Aquático erguido para os Jogos Olímpicos não terá refrigeração na área de competição e nas arquibancadas. A reportagem visitou a arena nesta quarta-feira (27) no mesmo horário em que começarão as eliminatórias, às 13h. O local estava abafado, e sensação era de muito calor. 
Os termômetros marcaram 33º C às 13h30, segundo o Climatempo. A previsão para às 22h, quando começarão as finais, era de 18º C. 
O calor havia sido um dos pontos negativos apontados pelos atletas durante o evento-teste, realizado na segunda quinzena de abril. 
Parte do problema foi sanado. Segundo o comitê organizador da Rio-2016, as áreas internas que serão usadas pelos nadadores terão ar condicionado. No evento-teste, a refrigeração era feita com ventiladores. 
Esses locais também serão maiores, acomodando melhor os todos os esportistas, que haviam dito que as salas para se prepararem para a competição eram acanhadas. 
A piscina de aquecimento também ganhou cobertura e refrigeração. No evento-teste, ela estava a céu aberto. 
O calor na área de competição, no entanto, deve continuar se o inverno carioca se mantiver quente. 
O centro aquático é uma estrutura provisória formada por arquibancadas desmontáveis e vazadas, que permitem a entrada de ar vindo de fora. A fachada é coberta com uma espécie de tela, pintada pela artista plástica Adriana Varejão. 
Essa estrutura vazada é a aposta do projeto para garantir a ventilação do local, mantendo a temperatura agradável. Em agosto, as temperaturas costuma ser mais amenas. O centro aquático pode receber até 9.800 pessoas. 
Segundo o comitê, não há planos de instalação de ventiladores nas arquibancadas. 
A ventilação mecânica havia sido solicitada pela Fina (Federação Internacional de Natação), preocupada com a temperatura à beira da piscina. 
O centro aquático teve mudanças em relação ao projeto anterior por conta de cortes de gastos. O teto, por exemplo, é sustentado por pilastras que criam pontos-cegos na arquibancada. A ideia original era que elas não existissem. 
Os placares eletrônicos foram pendurados em duas laterais da piscina. O primeiro plano era contar com aqueles que são colocados suspensos no centro da arena, como na NBA. 
O custo da ventilação mecânica também era um entrave. O projeto do centro foi desenvolvido pela Prefeitura do Rio e pelo Ministério do Esporte. 
Durante o evento-teste da natação, em abril, o diretor de esportes do comitê organizador dos Jogos, Rodrigo Garcia, afirmara que pesquisas apontavam que, mesmo com a temperatura externa a 30º C, era possível ter ambiente agradável na área de competição. 
"Estamos preparando os atletas para fazerem o melhor em quaisquer condições. No Brasil, estamos acostumados a competir no calor, no frio", afirmou Alberto Pinto, técnico da seleção masculina do Brasil, que faz a parte final de sua preparação no Centro Paraolímpico de Treinamento, em São Paulo. 
"Provavelmente quem vem de fora vai sentir mais. Mas essa questão é relativa. Tivemos um Mundial excelente em Roma [em 2009] numa piscina descoberta, com a temperatura a 40º C. Mas, em geral, campeonatos desse nível acontecem em piscinas climatizadas." 
A previsão do tempo desta semana dá um alento. O calor deve diminuir nesta quinta-feira (29) para voltar com força na segunda. Para o dia 6, estreia da natação, a expectativa, por enquanto, é de 24º C de máxima e 16º C de mínima.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp