Olimpíadas

Dórea fala da expectativa para luta de Bia Ferreira em Tóquio: "Daqui a pouco vamos comemorar mais um ouro"

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Bia Ferreira também é ligada à academia Champion, em Salvador, embora não tenha se formado ali  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Youtube

Publicado em 07/08/2021, às 21h29   Redação BNews


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A boxeadora Beatriz Ferreira disputa a final do peso leve feminino às 2h da madrugada deste domingo (8). A soteropolitana radicada em Juiz de Fora (MG) vai encarar a irlandesa Kellie Anne Harrington.  Bia Ferreira também é ligada à academia Champion, em Salvador, embora não tenha se formado ali. O pai dela, o ex-boxeador Sergipe, treinava e a levava para acompanhá-lo. 

Em conversa com o BNews, Luiz Dórea, fundador da Champion, falou da expectativa em torno da luta de Bia. "Ganhamos a medalha de bronze com Adriana no feminino, foi a primeira vez que o boxe feminino participou das Olimpíadas, em Londres, a agora Bia tá a um passo do ouro, com esperança real. Bia foi campeã mundial em 2019, campeonato mundial de boxe olímpico na Rússia e a primeira colocada do ranking mundial, daqui a pouco vamos comemorar mais um ouro pra Bahia e pro Brasil”, disse.

Falta de apoio

Luiz Dórea está feliz, mas não está surpreso. Ex-boxeador, campeão mundial júnior em 1988 e fundador da Champion, em Salvador, ele já mandou 14 lutadores para Olimpíadas, três dos quais medalhistas: Adriana Araújo, bronze em Londres-2012, Robson Conceição, ouro na Rio-2016 e, agora, Hebert Conceição, ouro em Tóquio-2020. Assim, encarou com tranquilidade a chegada ao pódio do pupilo "preparado exatamente para isso".

Criada em 1990, a Champion começou por acaso, como um lugar para o próprio Dórea treinar. "Só que foi aparecendo tanta gente... Quando vi, já tinham quase cem. Não pensava em ser técnico, mas me tornei."

Nessas três décadas, a academia, que abriga o projeto Campeões da Vida, já atendeu cerca de 8.000 pessoas. Assim, a história do treinador se confunde à do boxe baiano, o mais forte do Brasil. O primeiro boxeador a treinar na Champion e disputar uma Olimpíada, por exemplo, foi Luís Cláudio Freitas, irmão mais velho de Acelino "Popó" Freitas. Ele disputou os Jogos de Barcelona, em 1992.

Apesar do incontestável sucesso na formação de atletas olímpicos, Dórea se queixa da falta de apoio ao projeto - em 31 anos, só recebeu ajuda em 2012, da estatal Bahiagás. "A gente não tem apoio de governo, de prefeitura nem de empresa privada. A Bahia é o coração do boxe no país há muitos anos. O que mais precisamos fazer para termos o reconhecimento que merecemos?", questiona. "Eu tive sorte, sou um abençoado e consigo manter o projeto, mas quantos têm esse sonho e ficam pelo caminho?"

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