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Produto químico usado por bombeiros contamina animais marinhos na Austrália

University of Sydney/Louise Cooper
Bnews - Divulgação University of Sydney/Louise Cooper

Publicado em 12/05/2021, às 13h47   Redação BNews


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Pesquisadores da Austrália identificaram que um produto químico presente numa espuma usada por bombeiros para combater incêndios contaminou vários leões-marinhos-australianos (Neophoca cinerea) e lobos-marinhos-australianos (Arctocephalus pusillus), nos estados de Vitória e Austrália do Sul, entre 2017 e 2020. As informações são da revista Galileu.

Segundo a reportagem, o estudo se focou nas chamadas substâncias per- e polifluoralquilas (PFAS), proibidas pelo governo estadual da Austrália do Sul em 2018, mas não em Vitória. O impacto do material na saúde dos animais marinhos foi descrito em um estudo, publicado em 30 de abril no jornal acadêmico Science of The Total Environment.

Contribuíram com a pesquisa especialistas da Universidade de Sidney, do National Measurement Institute e do sistema de parques naturais Phillip Island Nature Parks. Os pesquisadores relatam que, ao que tudo indica, os lobos-marinhos e leões-marinhos ingeriram os produtos ao comerem peixes, crustáceos, polvos e lulas contaminados. 

Os especialistas afirmam que o estrago é tanto que as substâncias são passadas de mães para seus recém-nascidos durante a gestação ou através do leite materno. "Isso é particularmente preocupante, dada a importância do desenvolvimento do sistema imunológico em animais neonatais", diz Rachael Gray, coautora do estudo, em comunicado.

A pesquisa foi conduzida em colônias marinhas e também em laboratório, através do Instituto Nacional de Medição, em Sidney. Os cientistas analisaram substâncias presentes no fígado dos animais através de um complexo método de cromatografia líquida.

"Como as PFAS duram muito tempo, eles podem ficar concentrados dentro dos tecidos dos seres vivos. Isso aumenta o potencial de exposição a outros animais na cadeia alimentar, especialmente os principais predadores de mamíferos marinhos, como lobos e leões-marinhos", conta Gray.

Segundo a pesquisadora, as PFAS afetam a cadeia alimentar como um todo. Os danos podem chegar também até os humanos, caso ingiram frutos do mar contaminados, bebam água com esses produtos ou comam alimentos cultivados em solo contaminado.

Nos humanos, as PFAS estão atreladas ao surgimento de câncer, defeitos reprodutivos e de desenvolvimento, desregulação endócrina e danos no sistema imunológico. Além de estarem na espuma dos bombeiros, são encontradas em produtos para retirar manchas, polidores, tintas e revestimentos. 

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