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Cão adotado faz sucesso ao ajudar polícia a desvendar crimes; entenda

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Vira-lata Mani atua na Polícia Científica de São Paulo desde 2020  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Marcelo Ramos

por Marcelo Ramos

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Publicado em 08/09/2023, às 20h38


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O vira-lata Mani tem quatro anos e até pode parecer um cão comum. Porém, o cachorro atua na equipe de peritos da Polícia Científica de São Paulo desde 2020 e faz parte de um projeto pioneiro no Brasil.

Com 40 dias de vida, logo depois de ser adotado, o cachorro começou a ser treinado para detectar sangue humano. A destreza do animal o tornou o primeiro cachorro de biodetecção oficial da Polícia Científica para apoio a exames periciais de crimes contra a vida.

João Henrique de Oliveira Machado, perito criminal de São José dos Campos, encontrou Mani durante um trabalho de campo, no final de 2019. “Estávamos fazendo perícia em um local de crime quando vi ele ali, órfão. A gente já tinha a ideia incubada de montar o projeto, nisso adotei ele e iniciei o protocolo”, lembra.

O vira-lata recebeu o nome que é a abreviação de manioca, que é mandioca em Tupi-Guarani. “A ideia do projeto era essa: mandioca fica escondida e é um alimento que se revela. No projeto, a ideia era revelar um vestígio que estava oculto”, explica.

O cão foi submetido aos treinamentos conforme o protocolo estabelecido inicialmente e deu resultado. Com isso, o animal foi autorizado a integrar a equipe de peritos da Polícia Científica.

Como funciona o trabalho?

Mani é acionado quando há uma ocorrência de grande repercussão ou de dificuldade para o trabalho de perícia em campo. O cão fica no Núcleo de Perícias Criminalísticas de São José dos Campos e, para evitar desgastes e cansaço, se desloca até São Paulo quando acionado previamente pela equipe de criminalística.

Ele auxilia na detecção de manchas de sangue em locais amplos, de difícil atuação dos peritos ou dos reagentes químicos, como o luminol, usado pela equipe. Em ambientes limpos e até em roupas lavadas, Mani consegue identificar sangue humano por meio do faro.

O vira-lata tem uma expertise tão grande que consegue detectar vestígios de moléculas de sangue numa diluição de uma parte por trilhão. na prática ele identifica manchas de sangue recentes e antigas.

Com o emprego do cachorro nesse trabalho, há uma redução substancial no tempo utilizado pelos peritos. Mani vasculha todo o perímetro em busca dos vestígios. Ao detectar qualquer sinal de que em determinado espaço pode haver moléculas de sangue, o cão indica ao tutor. Com isso, os peritos reduzem a área de busca e, naquele local específico, aplicam as técnicas específicas para confirmar os indícios.

“O cão não dá a palavra final, ele ajuda no trabalho, identifica, embora nos estudos ele marque sangue humano, o martelo é batido através de um composto de exames que o perito precisa fazer”, explicou Machado. O perito criminal, então, passa a usar os reagentes químicos e dada a interpretação de todos os equipamentos, ele envia a amostra para o laboratório de DNA.

Desde que entrou para o time de peritos, Mani já atuou em pouco mais de 30 ocorrências que geraram laudos. A participação do cão colaborou para o levantamento de vestígios. Até hoje, não houve nenhuma marcação errônea ou de falso-positivo nos locais vasculhados pelo animal.

Classificação Indicativa: Livre

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