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Publicado em 21/03/2023, às 12h20 Cadastrado por Milena Ribeiro
Um grupo de cientista começou a investigar se há possibilidade de cães e gatos transmitirem bactérias multirresistentes a antibióticos para seus tutores. A pesquisa apontou que, apesar de raro, o fenômeno pode acontecer.
O estudo foi realizado na Alemanha e é liderado pela cientista Carolin Hackmann, do Hospital-Universidade Charité de Berlim. Ele contou com 2.891 pacientes hospitalizados, entre elas, pessoas que possuem cães e gatis e pessoas que não tem contato com pets em casa.
Os cientistas identificaram que entre 30% dos que testaram positivo para a presença dos microrganismos patógenos, quatro casos são de aparentes transmissão entre humanos e pets.
"Nosso estudo mostrou que a transmissão de organismos multirresistentes a drogas entre pacientes hospitalizados e seus animais de estimação é possível, mas é de modo geral rara", afirmaram os autores em artigo sobre o trabalho, publicado neste sábado (17) para apresentação no Congresso Europeu de Doenças Infecciosas e Microbiologia Clínica, realizado em Copenhague, capital da Dinamarca.
A pesquisa ainda apontou que, apesar do risco da transmissão, os pets não tiveram correlação com as taxas de infecção por superbactérias nos pacientes que deram entrada em hospitais.
Não se sabe ainda qual via de transmissão foi a mais comum: a dos pets para os tutores ou a dos tutores pata os pets.
"Nem a posse de gatos nem a de cães foi um fator de risco relevante para prevalência de organismos multirresistentes a drogas e nossa amostragem", escreveram Hackmann e colegas no trabalho.
Dos pacientes, 11% daqueles portadores de superbactérias eram tutores de cachorros e 13% daqueles que testaram negativo para os patógenos também tinham cães em casa. Já os donos de gatos eram 9% entre os infectados e 13% entre os não infectados.
Ao todo, 400 animais de estimação foram testados e, entre cachorros, a taxa de contaminação por bactérias super-resistentes foi de 15%, já entre gatos foi de 5%.
Os resultados ainda não deixaram os cientistas totalmente confiantes nos dados. O artigo preliminar divulgado pelo Charité ainda não passou por revisão independente, mas já foi submetido para publicação, disseram os cientistas.
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