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Estudo diz que humanos podem contagiar cães e gatos com Covid, mas animais não transmitem doença

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Estudo revela que cães e gatos podem ser contaminados por humanos com Covid-19  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 03/02/2022, às 20h02   Redação BNews


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Um estudo português revelou que cães e gatos podem ser infectados com o SARS-Cov-2 se tiverem contato com humanos contaminados pela doença da Covid-19. A pesquisa avaliou 217 animais, sendo 148 cães e 67 gatos, de distritos diferentes: Lisboa, Porto, Braga, Aveiro e Coimbra.

A pesquisa foi publicada nesta quarta-feira (2), na revista Microorganisms e surgiu da adaptação de um outro estudo que já estava em andamento, mas por causa da pandemia, foi suspenso.

Uma das autoras do estudo, Isabel Fidaldo-Carvalho, investigadora no Centro Investigação Vasco da Gama, da Escola Universitária Vasco da Gama, em Coimbra, contou à CNN Portugal que durante o confinamento, onde cãs e gatos foram “o grande apoio dos humanos”, pode ter sido um momento de grande risco para esses pets por causa da passagem do vírus.

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O estudo revelou ainda que os gatos são mais propensos a ser contaminados, mas os cachorros conseguem transmitir cargas mais altas do vírus. Isabel disse que a doença “pode não ser muito expressivo em cães, mas eles conseguiram replicar o vírus com uma carga viral alta”, contando o exemplo de um dos animais do estudo, que, mesmo sem sintomas, esteve durante sete dias a secretar o vírus com uma elevada carga viral. 


O estudo frisou que os donos contaminam os animais, mas o contrário não acontece. Apesar da pesquisa reconhecer que “sempre que [o vírus] passa por um novo hospedeiro e passa de espécie em espécie há variantes que são associadas a espécies animais”, ela ressalta que a Covid-19 não parece ser transmissível de cães e gatos para humanos.

Para que a pesquisa fosse feita, foi recolhido o histórico clínico de cada animal, com informações como sexo, idade, peso, raça, região geográfica e sinais clínicos (assintomáticos, febre, dificuldade respiratória, problemas digestivos, neurológicos e outros).

Os animais foram expostos ao vírus em ambiente familiar ou ao livre, no caso de animais de abrigos. Dos pets avaliados, nenhum gato morava em abrigos, mas essa era a realidade de 20 cães.

O estudo detectou anticorpos contra o SARS-Cov-2 em 22 animais: 15 gatos e sete cães. Dos 217 animais em pesquisa, 191 (88%) testaram negativo à presença de anticorpos e quatro tiveram resultados inconclusivos.

Dos 15 gatos que testaram positivo, sete (46,67%) viviam em casas cujos donos estavam infetados, dois (13,33%) tinham estado em contato com gatos vizinhos (e não testados) cujos donos também estavam infetados, outros dois (13,33%) viviam numa casa com donos que testaram negativo para a doença e um (6.67%) residia com outro gato não testado. No caso dos cães, quatro (57,14%) moravam em uma casa com donos infetados com o SARS-CoV-2 e os outros três não.

Segundo estudo, fatores como idade, gênero e peso dos animais não se mostraram relevantes para o risco da infecção.

Isabel alertou: “O SARS-CoV-2 é uma zoonose. Começou [em Wuhan] com um primeiro evento de um animal, que ainda não está identificado, para humano, agora é uma zoonose reversa. E com o contato que temos próximo com os animais há o risco de os infetar”.

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