Entenda por que criar animal silvestre é como pet pode não ser uma boa ideia

O caso da capivara Filó ganhou os noticiários há algumas semanas. A amizade do fazendeiro Agenor e da capivara viralizou e ganhou muitos fãs. No entanto, o influencer recebeu uma notificação do IBAMA (Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis), o denunciando por suspeita de abuso, maus-tratos e exploração animal. Mas é permitido criar animal silvestre como pet?

Apesar de serem animais que, supostamente, não aparentem grandes ameaças, existem grandes riscos em criar animais domésticos como pet, tanto para o meio ambiente quanto para o próprio animal. Em entrevista ao BNews, a bióloga, mestre em Ciências Ambientais, Elisa Maria Gonçalves, explicou os principais riscos de criar um animal silvestre como bichinho de estimação. 

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“Os animais silvestres quando retirados de seus habitats naturais podem chegar sem vida em seu destino. Esses animais não terão seus ciclos de desenvolvimento preservados, além de não terem suas necessidades de vida atendidas, pois o processo de domesticação pode demorar anos”, disse a especialista.

A bióloga explica que ao retirar o animal de seu habitat natural, a pessoa está impactando não somente na vida daquele bichinho em específico, mas em todo o meio ambiente, já que cada animal desempenha funções ecológicas. Elisa acresnta ainda o perigo que tanto o tutor quanto o animal podem sofrer.

“Entre os perigos está o ataque do animal ao adestrador. O animal não estará em seu habitat natural, e provavelmente nem com outros animais da mesma espécie, o que gera estresse no animal causando estranhamento e respostas de defesa.O animal também perde a sua função na natureza”, explicou Elisa.

Além de apresentar riscos para o animal, a prática de domesticar, perseguir e caça de animais silvestres sem a devida permissão, licença ou autorização é configurada como crime ambiental, de acordo com a Lei 9.605/1998. Segundo a lei, o responsável pela criação desses animais pode ser alvo de detenção de 6 meses a 1 ano, além da multa, que pode ser dobrada em casos de animais que estão em risco de extinção.

E quanto a capivara? Conforme a legislação, sim, a capivara pode ser domesticada e até adotada. Contudo, como qualquer outro animal, esse roedor, por seu porte gigante e por ser uma espécie exótica, precisa de uma série de cuidados específicos que nem todo tutor pode oferecer. Mas isso é conversa para outra matéria!