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Estudos comprovam que insetos sentem depressão e felicidade

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Evidências científicas mostram que insetos podem experimentar diversos sentimentos  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 03/01/2022, às 20h12   Redação BNews


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Existem evidências que os insetos podem experimentar diversos sentimentos, eles podem emitir sons que remetem a prazer, com surpresas agradáveis ou cair em depressão com eventos ruins. Eles podem reagir a dores da mesma forma como um mamífero.

Scott Waddel, professor de neurobiologia da Universidade de Oxford, concluiu que a mosca-das-frutas presta atenção no que os seus parceiros estão fazendo e que são capazes de aprender com eles.

Recentemente o governo britânico reconheceu que os caranguejos e lagostas são seres sensíveis e propôs leis para proibir as pessoas de fervê-los vivos.

Os insetos têm muitos órgãos parecidos com os dos seres humanos como cérebro, ovários, intestino, testículos e coração.

Parte do estudo sugere que insetos adultos que passam por metamorfose relembrem os acontecimentos na era larval.

As abelhas por exemplo conseguem contar até quatro, já as baratas possuem uma vida social e formam grupos que permanecem juntas e se comunicam entre si.

Entende-se que as diferentes emoções servem para aumentar a capacidade de sobreviver ou reproduzir, maximizando a herança genética.

A professora de entomologia da Universidade de Oxford, Geraldine Wright, afirma que a fome é um estado mental que nos ajuda a alterar nossa tomada de decisões de forma apropriada, como priorizar o comportamento de busca de alimento.

"Digamos que você seja uma abelha que caiu em uma teia e a aranha vem vindo rapidamente na sua direção", afirma Lars Chittka, líder de um grupo de pesquisa que estuda a cognição das abelhas na Universidade Queen Mary, em Londres. "Não é impossível que todas as reações de fuga sejam acionadas sem nenhum tipo de emoção. Mas, por outro lado, acho difícil acreditar que isso pudesse acontecer sem alguma forma de medo", declara ele.

Quando Waddell formou seu grupo de pesquisa, ele queria descobrir se as moscas lembravam o melhor lugar para encontrar comida depois de determinado tempo sem se alimentar. O estudo concluiu que sim, elas poderiam sentir.

"Eu realmente nunca me preocupei em rotular essas sensações subjetivas como 'emoções', em grande parte porque achei que isso iria me trazer problemas. Mas, de uma hora para outra, todos pareciam mais confortáveis para usar [essa palavra]”, disse Waddell.

Os seres humanos que passam por traumas são propensos a esperar o pior e isso é demonstrado por diversos animais vertebrados, incluindo pássaros, vacas, peixes, cães, carneiros e ratos. Mas ninguém havia pensado nos insetos.

Geraldine Wright decidiu analisar a questão. "Quando os psicólogos estudam isso em seres humanos... eles podem verificar as expressões [do estado emocional da pessoa] antes de perguntar", afirmou.

As baratas, por exemplo, são extremamente sociáveis e copiam o comportamento das demais.
Wright declarou que muitas das substâncias foram inventadas há centenas de milhões de anos, logo as experiências emocionais poderão ser mais familiares do que imaginamos. "Desse ponto de vista, sim, elas [as substâncias do cérebro] podem ser um pouco diferentes em termos do que sinalizam em qual espécie de animal, mas isso é muito interessante", explica ela.

A pesquisa dela com mosca-das-frutas, apontou que o cérebro do inseto usa a dopamina (neurotransmissor responsável por levar informações para várias partes do corpo e, quando é liberado provoca a sensação de prazer e aumenta a motivação) da mesma forma que o nosso.

Além disso elas podem sentir a dor como a conhecemos, além de ter dores crônicas,
"Elas relacionam o contexto sensorial ao estímulo negativo e o rejeitam - por isso, elas fogem", afirma Greg Neely, professor de genômica funcional da Universidade de Sydney, na Austrália. Quando as moscas-das-frutas são impedidas de escapar, elas desistem e exibem comportamento similar a depressão.

Um dos resultados da pesquisa de Neely, comprovou que as moscas podem sentir dores persistentes, muito tempo depois da cura das suas feridas físicas.

"É quase como um estado de ansiedade, no qual, após sermos feridos, queremos ter certeza de que nada de ruim acontecerá de novo", disse Neely.

Embora a dor não tenha sido estudada em grande variedade de insetos, Neely acredita que é provável que seja comum em diversas espécies.

"Se observarmos a arquitetura geral da configuração do cérebro - os receptores, os canais iônicos e os neurotransmissores -, tudo é muito similar", finalizou Neely.

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