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Incidência de câncer em pets é cada vez maior e ração não é explicação para isso. Entenda

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O câncer ocorre por uma série de alterações no DNA das células, que então passam a se comportar de maneira descontrolada  |   Bnews - Divulgação Pixabay

Publicado em 03/12/2022, às 14h37   Camila Vieira


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A incidência dos casos de câncer em cães e gatos têm crescido. A ciência, através de estudos realizados em diversos países, comprova que é a principal causa de morte entre os cães e gatos. Especialistas afirmam que não existe relação entre a popularização das rações e o aumento no número de casos de neoplasias em pets. Estudiosos e peqsuisadores afirma que existem alguns compostos que estão presentes principalmente em rações de baixa qualidade e que classificados como potencialmente cancerígenos, mas eles não justificam o aumento de casos.

Os tumores ocorrem por uma série de alterações no DNA das células, que então passam a se comportar de maneira descontrolada podendo, por exemplo, se multiplicar muito rapidamente. Mutações no DNA ocorrem naturalmente ao longo dos anos, principalmente por erros na replicação dele, que acontece durante a divisão e formação de novas células. Por isso, quanto mais tempo de vida, mais alterações ocorrem no DNA.

Um estudo publicado no ano passado pela revista "Scientific Reports" "Enhanced risk of cancer in companion animals as a response to the longevity" (em inglês), fez um exercício matemático que indica que, em cães, essa adaptação levaria no mínimo mil anos.

Isso ocorre, entre outros fatores, porque o câncer é uma doença de pressão evolutiva baixa. Isto quer dizer que é uma característica que seleciona os indivíduos bem lentamente, já que a morte ocorre em geral após a idade reprodutiva. Assim, os que estão mais predispostos à doença muitas vezes podem gerar descendentes, que irão carregar a mesma característica.

O que ocorreu com cães e gatos (e com nós humanos também) foi um rápido aumento da expectativa de vida ao longo de algumas poucas gerações. Porém, não houve tempo (e também interesse, no caso de seleção de pets) para que fossem selecionados os indivíduos mais capazes de "evitar" as alterações genéticas.

Isso demonstra que, pelo conhecimento que temos hoje, infelizmente é impossível evitar que muitos de nossos animais tenham essa doença. Porém, assim como para nós humanos, uma série de cuidados podem ser tomados para diminuir os riscos, uma vez que essa é uma doença multifatorial, e alguns destes fatores podem ser manipulados.

Como reduzir o risco - Embora não se possa evitar totalmente o aparecimento de uma neoplasia, hoje são conhecidos diversos fatores de risco para o aparecimento delas. Entre os evitáveis podemos citar o sedentarismo, a obesidade, a má alimentação, utilização de tratamentos hormonais para evitar o cio, aplicações subcutâneas em gatos, exposição ao sol e fumo passivo (isso afeta nossos pets também), entre muitos outros.

A decisão de castrar e quando castrar também pode aumentar ou diminuir os riscos do aparecimento de câncer (você pode ler mais sobre isso aqui). Enfim, são muitos os fatores que podem influenciar no aparecimento dessa doença, e a melhor maneira de evitá-los é seguindo as recomendações de seu veterinário.

Sabe-se também que alguns tumores estão mais presentes em determinadas raças ou linhagens de animais. Criadores responsáveis devem rastrear suas ninhadas e eliminar da reprodução animais e linhagens que demonstrem algum tipo de propensão a qualquer doença.

Identificar precocemente - O diagnóstico precoce é muito importante para o sucesso no tratamento de um câncer. Por isso, é essencial que seu animal passe por consultas regularmente e que, ao aparecimento de qualquer sintoma, ou de algum "caroço", "bolinha" ou "verruga", ele seja levado o quanto antes para o veterinário.

Para o diagnóstico de um câncer, os oncologistas veterinários contam hoje com o suporte de ferramentas de diagnóstico por imagem, como ultrassom, radiografias, tomografias e ressonância magnética, e provas laboratoriais para determinação do tipo de formação, seu estadiamento e o grau de acometimento geral do animal. Com esses resultados, além do exame clínico, podem estabelecer o tipo de tratamento a ser seguido.

Tratamento - Hoje existem muitos veterinários especializados em oncologia e diversos tratamentos que podem, se não curar, aumentar a sobrevida e a qualidade de vida de nossos pacientes oncológicos. Muitos tem avançado nas cirurgias oncológicas e em tratamentos como a quimioterapia e a eletroquimioterapia.

Mais recentemente, também foi inaugurado na cidade de São Paulo um centro exclusivo de radioterapia veterinária, que é o primeiro do país. Ainda temos estudado muito sobre o controle de dor e cuidados paliativos, de modo a dar mais conforto para os animais que estão sofrendo.

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