BNews Pet

Varejo pet registra faturamento bilionário em 2022, mas tem grande desafio neste ano

Ilustrativa / Pixabay
Veja números registados por diversos segmentos do setor  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / Pixabay

Publicado em 26/03/2023, às 15h16 - Atualizado às 15h16   Redação


FacebookTwitterWhatsApp

O varejo pet superou a projeção prevista e registrou um faturamento de R$ 60,2 bilhões no ano de 2022, um crescimento de 16,4%. Os dados integram o balanço divulgado pelo Instituto Pet Brasil (IPB), com base no desempenho do mercado pet até 31 de dezembro. O esperado era um crescimento de 15,8% (R$ 59,9 bilhões).

Já o faturamento consolidado do ano é divulgado no início do ano seguinte. Assim, o faturamento consolidado de 2021 foi de R$ 51,7 bilhões, alta de 27% sobre 2020, que registrou faturamento de R$ 40,9 bilhões, segundo o IPB.

De acordo com o presidente do Conselho Consultivo do IPB, Nelo Marraccini, o crescimento acompanhou a tendência do setor para 2022. “Já havia uma expectativa pela aceleração ainda maior na segunda metade do ano, com a melhoria da inflação e do Produto Interno Bruto no país. Os números apresentados nesse fechamento confirmaram essa expectativa”, explicou.

No entanto, Marraccini avalia que, apesar do bom resultado, para 2023, as previsões indicam uma maior cautela. “Devido às instabilidades econômicas e prováveis alterações nas legislações que alavancaram o comércio e serviços, além da discussão ainda sem previsões sobre o término da reforma tributária. Esses pontos preocupam os players do Setor e indicam um ano com crescimento inferior aos anteriores”, analisa.

Insdústria pet
A Associação Brasileira da Indústria de Produtos para Animais de Estimação (Abinpet) prospecta que para este ano, a projeção esperada é um crescimento de um dígito entre 7% e 9%, após crescimento na pandemia.

A maior causa da possível queda se dá pelo aumento de matérias-primas de origem animal. Por exemplo, o arroz, que é um dos produtos mais usados pelo pet food, subiu mais de 100% ao longo dos últimos cinco anos. O milho e a soja também sofreram aumento, sendo 200% no primeiro e 130%, no segundo. Apesar disso, o setor não repassou todo o valor acrescido para o consumidor.

Dedicação aos cuidados dos pets
Em relação a cães e gatos, a Comissão de Informação de Mercado (Coinf) do Sindicato Nacional da Indústria de Produtos para Saúde Animal (Sindan) prevê um movimento crescente do segmento Pet em 15,8% para 2023 e de 15% para 2024. Para a entidade, há 10 anos, os pets representavam uma fatia de 15% nas vendas do setor e, em 2022, o número chegou a 25%.

“Mesmo com as dificuldades econômicas provocadas por uma pandemia, identificamos um aumento de 30% de animais de companhia nos lares brasileiros no ano de 2021. Isso demonstra de forma bastante consistente que a ampliação dessa indústria está muito relacionada ao compromisso dos tutores em oferecer o melhor em alimentação e saúde para seus bichinhos”, disse Emílio Carlos Salani, vice-presidente executivo do Sindan.

Pet food
Segundo a análise do IPB, o segmento de Pet Food, venda de alimentos industrializados para animais de estimação, fechou 2022 com um faturamento de R$ 33,7 bilhões (56% do total). O maior segmento do Setor Pet, com um faturamento de mais metade de todo o setor, teve o segundo maior crescimento, ficando atrás somente de Pet Care, que aumentou 20%.

Venda de animais
Logo depois, a venda de animais de estimação diretamente dos criadores tem a projeção de movimentar R$ 6,3 bilhões (10,4% do faturamento total e alta de 11,3% em relação a 2021). Em terceiro lugar, está o segmento Pet Vet, que é a venda de medicamentos veterinários, com R$ 5,9 bilhões (9,9% do faturamento do mercado e a projeção de alta que passou de 11% no primeiro semestre para 12,5%).

Os demais segmentos são serviços veterinários (R$ 5,6 bilhões, 16,2% de alta e uma fatia de 9,4% do mercado), serviços gerais R$ 5,3 bilhões, 10,9% e 8,8% respectivamente) e Pet Care, os produtos de higiene e bem-estar animal, (R$ 3,3 bilhões, 20% e 5,5%).

Canais de acesso
O levantamento do IPB apontou ainda que, com uma fatia de 48,7%, os pet shops pequenos e médios representam praticamente metade de todo o dinheiro movimentado pelo varejo pet. Com alta de 17,9%, esse canal de acesso dos consumidores projeta faturamento de R$ 29,3 bilhões no ano.
Com um aumento de 17,3% em relação a 2021, as clínicas e hospitais veterinários se mantiveram como segundo principal canal de acesso aos produtos e serviços. Com R$ 10,8 bilhões, eles representam 18,1% do faturamento total.

Comércio eletrônico
Ainda de acordo com o IPB, com 6% da fatia do mercado, o e-commerce pet tinha R$ 1,44 bilhões de faturamento em janeiro de 2020 e chegou aos R$ 3,60 bilhões no final de 2022, um aumento de mais de 150%.

O e-commerce especializado (empresas que vendem os seus produtos apenas pela internet) foi o que liderou as vendas em 2022, com participação de 41% sobre o faturamento total. O segmento movimentou R$ 1,48 bilhão do total.

Neste segmento, o e-commerce de Mega Stores superou o de pequenos e médios pet shops na segunda colocação, com um faturamento de R$ 935 milhões, contra R$ 859 milhões. Clínicas e os hospitais veterinários, agrolojas, varejo alimentar (mercados e mercearias) e outros (como clubes de serviços, lojas de conveniência e farmácia) completam, nesta ordem, a lista.

Projeções
Diante das projeções de subida contínua, há uma forte mobilização do mercado de produtos e serviços para atender a essa demanda, segundo Sidan. Desde empresas que oferecem alimentos especializados, cuidados veterinários e outros acessórios que contribuem não apenas com a saúde, mas também com o bem-estar desses animais. Além disso, novas empresas têm surgido para atender a nichos específicos do mercado, como alimentos naturais e orgânicos, roupas para animais de estimação e serviços de creche.

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp