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Violência contra animais em Vitória da Conquista expõe falhas na gestão pública e falta de políticas efetivas

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Violência contra animais em Vitória da Conquista atinge pets e silvestres  |   Bnews - Divulgação Ilustrativa / FreePik
Natane Ramos

por Natane Ramos

Publicado em 07/01/2025, às 14h00



Com o aumento de casos de violência contra animais, sejam eles silvestres ou domésticos, Vitória da Conquista, no sudoeste da Bahia, tem registrado episódios preocupantes de envenenamento, maus-tratos e até assassinatos contra esses seres. O cenário acende um alerta sobre a necessidade de políticas públicas mais efetivas para lidar com a situação.

Em entrevista ao BNEWS, o ativista, educador e gestor público Vitor Quadros, que preside a Associação Protetora dos Animais, afirmou que o quadro de violência contra os animais no município é alarmante. “Sempre foi o mesmo, trágico. Até hoje não temos uma política pública séria de estado, apenas uma política mínima de secretaria. A sensação é que piorou, acredito que seja pelo aumento do número de pets em situação de rua, maior sensibilização da sociedade civil, cobertura da imprensa e repercussão nas redes sociais”, explicou.

Quadros destacou que os casos de violência têm impacto direto na saúde pública e no meio ambiente. Ele apontou a ausência de um levantamento de dados eficiente para combater o problema e criticou a gestão municipal. “Na Bahia, a maioria dos municípios ainda não notifica zoonoses, e em Conquista não é diferente. Recentemente, foi firmado um TAC com o MPBA, mas duvido que seja cumprido pelo grupo político atual. Prometeram um hospital veterinário na campanha eleitoral, mas, assim como em Salvador, entregaram uma clínica, e ainda em imóvel alugado”, afirmou.

O ativista também alertou que a violência não se limita a animais domésticos. Aves silvestres são frequentemente alvo de abusos, especialmente pela proximidade da BR-116, rota de tráfico de animais. Além disso, espécies como cobras, sapos e macacos enfrentam perigos semelhantes. “Boa parte do bairro Guarani está no território da reserva do Poço Escuro. Ainda há muita ignorância, que leva ao medo e, consequentemente, à violência contra esses animais”, comentou.

Para mudar essa realidade, Quadros defende um conselho de meio ambiente mais autônomo e atuante, além de ações de educação ambiental. “Embora a secretaria de meio ambiente tenha servidores competentes, a educação ambiental sempre foi tímida em todos os governos. É surreal que, até hoje, a secretaria não tenha uma comunicação própria para expandir a educação ambiental nas redes sociais. Tudo que é feito tem sido por nós da sociedade civil, pela OAB e pelo Popularizando a Ciência da UESB”, concluiu.

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