Brasil

Polícia Federal e MPF realizam operação contra fraudes em confederações

Publicado em 24/08/2016, às 11h55   Folhapress


FacebookTwitterWhatsApp

A Polícia Federal deflagrou, na manhã desta quarta (24), uma operação contra uma quadrilha suspeita de fraudes em licitações e desvios de recursos públicos cedidos pelo Ministério do Esporte a confederações esportivas. Cerca de 20 convênios são investigados com desvios da ordem de R$ 30 milhões.  A ação acontece em conjunto com o Ministério Público Federal e a CGU (Controladoria Geral da União). 
Policiais federais cumprem desde as 6h 16 mandados no Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Manaus e Caxias do Sul (RS) em escritórios e residências de pessoas suspeitas de atuarem para a quadrilha. No Rio há um mandado de prisão. Além de buscas nas confederações de taekwondo, de tiro esportivo e em empresas ligadas às fraudes.
As investigações indicam que a quadrilha vem fraudando licitações com o uso de documentos falsos. Assim realizam contratações de pessoas e compras por preços acima  daqueles praticados no mercado.  
INVESTIGAÇÃO 
Em julho, o "Fantástico", da Rede Globo, mostrou que as fraudes envolviam a SB Marketing e Promoções, que tem o ex-gerente de relações institucionais da CBV Sérgio Borges como sócio-diretor. A empresa forjaria licitações para gerir verbas destinadas pelo Ministério do Esporte a confederações e clubes. Segundo a reportagem, isso aconteceu nas confederações de taekwondo, tiro com arco, tiro esportivo e até na de vôlei sentado, modalidade paraolímpica, além de clubes. 
Na oportunidade, o Ministério do Esporte disse em nota enviada para a Folha de S.Paulo que identificou "irregularidades no convênio 761.166/2011, celebrado com a Confederação Brasileira de Taekwondo, e colabora com as investigações da Polícia Federal". 
A reportagem do "Fantástico" afirmou que a SB está envolvida em cerca de 20 convênios suspeitos, que somam mais de R$ 30 milhões, e que a empresa está sendo investigada há quase três anos por irregularidades no taekwondo, mas que também ganhou concorrências com outros clubes e federações.
A reportagem revelou que, em novembro de 2011, um convênio com o Ministério do Esporte garantiu R$ 3 milhões para a CBTKD (Confederação Brasileira de Taekwondo). Três empresas apresentaram propostas para fazer a gestão desse dinheiro, entre elas a SB, que pediu menor preço e foi a vencedora. No entanto, as concorrentes sequer sabiam da disputa. Os responsáveis pelas outras duas empresas, Carioca Promo e Instituto Virtudes, tiveram os documentos falsificados. Os responsáveis pelas empresas afirmaram não ter apresentado qualquer proposta. 
O convênio previa compra de kits de treinamento para 15 federações estaduais, mas apenas nove Estados receberam material, segundo prestação de contas. A CBTKD afirmou que as acusações são infundadas e que está colaborando com as investigações. 
O Ministério do Esporte, por sua vez, disse que "não tem qualquer relação com a empresa SB Marketing nem com os processos licitatórios conduzidos sob responsabilidade das entidades esportivas conveniadas". 
Em nota, Sérgio Borges, sócio-diretor da SB, afirmou ao "Fantástico" que "já participou de diversas licitações públicas e privadas e desconhece o assunto da reportagem".

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp