Criticado por ter concedido foro privilegiado a Moreira Franco, o presidente Michel Temer (PMDB) garantiu na manhã desta segunda-feira (13) que o governo federal não tem a intenção de blindar ninguém e que ministros citados na Operação Lava Jato serão demitidos apenas se virarem réus. A declaração foi dada em pronunciamento no Palácio do Planalto.
A nomeação de Moreira Franco para a Secretaria-Geral da Presidência foi feita na mesma semana em que o STF homologou 77 delações premiadas de executivos da Odebrecht. Segundo a Folha de S. Paulo, ele foi citado 34 vezes na delação de Cláudio Melo Filho.
Temer ressaltou, entretanto, que a regra será adotada apenas em relação à Lava Jato, não sobre investigações criminais. No último ano, Romerto Jucá e Henrique Eduardo Alves foram afastados sem o recolhimento de inquérito. "Se houver denúncia, o que significa um conjunto de provas que eventualmente possam conduzir ao seu acolhimento, o ministro que estiver denunciado, será afastado provisoriamente. Logo depois, se acolhida a denúncia, aí sim a pessoa se transforma em réu na Operação Lava Jato e o afastamento é definitivo. Se alguém se converter em réu, será afastado independentemente do julgamento final", disse.
