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Irmão de Suzane von Richthofen é retirado de Cracolândia em São Paulo

Publicado em 31/05/2017, às 07h32   Folhapress


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Andreas Albert von Richthofen, 29, irmão de Suzane von Richthofen, foi encaminhado ao Hospital do Campo Limpo, na zona sul de São Paulo, após ser flagrado desorientado, pulando o portão de uma casa na região de Santo Amaro, também na zona sul. O caso foi revelado pelo jornal "O Globo".
Segundo a PM, o rapaz foi flagrado por um carro da corporação, por volta das 7h, na rua Engenheiro Alonso de Azevedo e, ao ser abordado, demonstrou estar alterado. Ele disse que tentava entrar na casa de um tio, o que não foi confirmado pela corporação.
Desorientado e com um ferimento na perna, provocado pela lança do portão que tentava pular, ele foi encaminhado ao hospital. A Secretaria Municipal de Saúde confirmou que ele foi levado à unidade por conta de um surto psiquiátrico, sendo levado em seguida a um hospital especializado.
Uma médica do hospital descreveu Andreas como confuso e com escoriações pelo corpo quando chegou ao hospital às 8h30 desta terça.
Ele foi levado ao hospital em um carro da PM e encaminhado para o nono andar do hospital onde foi atendido por um psiquiatra. O quadro era de esquizofrenia, segundo profissional que o acompanhou. Acompanhado o tempo todo de uma advogada, ele foi transferido para um hospital de referência em Pirituba no fim da tarde.
Andreas teria sido visto nos últimos dias na região da cracolândia, no centro de São Paulo.
Ele tinha 15 anos quando a irmã, Suzane, foi presa sob acusação de ter matado os pais, Manfred e Marísia, na casa da família, na região do Brooklin, em 2002. Ele estava em uma LAN house na hora do crime, levado pela irmã e pelo namorado dela, também condenado pelo crime.
Com a morte dos pais e a prisão da irmã, Andreas ficou sob a guarda de um tio, Miguel Abdalla Neto até que alcançasse a maioridade. Já a herança da família foi confirmada apenas para Andreas em 2015, após Suzane ser considerada "indigna" pela Justiça. Ela já tinha declarado um ano antes que abria mão do dinheiro a favor dele.
O rapaz cursou a faculdade de farmácia e fez doutorado em Química Orgânica, ambos na USP.
Suzane afirmou em 2015 que não via o irmão desde 2006, quando houve o julgamento. "Eu sei que meu irmão sofreu muito, mas como ele passou estes anos, eu não sei. Se eu sofri aqui dentro [no presídio], imagino ele lá fora. Quando ele diz o sobrenome, qualquer um reconhece, e ele terá que carregar isto para sempre", disse ela na ocasião.
Sem nunca falar publicamente sobre o crime, o rapaz quebrou o silêncio também em 2015, após promotor Nadir de Campos Junior afirmar em um programa de TV que Manfred mantinha contas na Europa em razão de desvios ocorridos nas obras do trecho Oeste do Rodoanel, realizadas pela Dersa, local em que ele trabalhava.
Andreas contestou as acusações e, apesar de não falar sobre a irmã, classificou o crime como "nojento" e chamou ela e os outros dois acusados de assassinos. "Entendo que sua raiva e indignação para com estes três assassinos seja imensa e muito da sociedade compartilha esse sentimento. E eu também. É nojento", afirma ele em uma carta. 

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