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Segurança diz que não houve discussão com Beto Freitas antes de espancamento no Carrefour

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Logo após a prisão em flagrante, ele havia optado por permanecer em silêncio, mas, nesta sexta-feira (27), falou em depoimento à Polícia Civil durante cerca de quatro horas  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 27/11/2020, às 19h35   Folhapress


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Giovane Gaspar da Silva, 24, um dos dois seguranças do Carrefour presos pela morte de Beto Freitas, 40, afirmou à polícia que não houve discussão antes da agressão. Ele disse também que não teve a intenção de matá-lo.

Logo após a prisão em flagrante, ele havia optado por permanecer em silêncio, mas, nesta sexta-feira (27), falou em depoimento à Polícia Civil durante cerca de quatro horas.

Segundo a delegada Vanessa Pitrez, do Departamento de Homicídios, o inquérito foi prorrogado por mais 15 dias para esclarecer não só as circunstâncias da morte como também a motivação e a responsabilidades de cada uma das pessoas envolvidas.

"A intenção dele [segundo o depoimento] era tão somente de imobilizar a vítima [Beto] em razão de que, depois de ela tê-lo atingido com um soco, teria ficado extremamente agressiva", disse Roberta Bertoldo, delegada responsável pelo caso, sobre o depoimento.

Silva, que é policial militar temporário e estava no seu primeiro dia de "bico" como segurança, afirmou que ouviu pelo rádio que o caixa 25 solicitava ajuda. "Chegando lá, avistou a vítima olhando, nas palavras dele, um tanto brava, para a fiscal. Ele teria batido no ombro da vítima e perguntado se estava tranquilo, se estava tudo bem,. Ao que a vítima respondeu que estava tranquilo, virou as costas", disse a delegada.

O segurança disse que não sabia o que tinha ocorrido e resolveu ir atrás. Nesse momento, ele teria sido atingido pelo soco de Beto. Segundo a delegada, ele assumiu que "de fato, deu socos e chutes, no sentido de conter a situação".

A defesa de Silva já havia negado a intenção de matar Freitas ou uma motivação racista para as agressões e levantou também a hipótese de que a vítima possa ter morrido em decorrência de um ataque cardíaco.

"A perícia também traz como provável causa um ataque cardíaco. Suspeita-se também que o senhor João Alberto estaria sob efeitos de entorpecentes tamanha a força que ele tinha no momento. Ele também tinha os olhos soltados e a íris expandida", disse o advogado de defesa, David Leal.

Imagens mostram que Beto Freitas foi asfixiado por quase quatro minutos, diante de 15 testemunhas, após ser espancado por pelo menos dois minutos por Silva e pelo segurança Magno Braz Borges.

À reportagem a delegada afirmou que "nada justifica" a violência praticada contra ele. "Muito se fala sobre a vida pregressa da vítima, sobre ter causado algum embaraço anterior no supermercado. Apuramos tudo para entregar o inquérito mais completo possível à Justiça, mas nada muda o teor da violência. A reação foi desproporcional", diz.

Além dos dois seguranças que agridem Beto Freitas, é possível ver no vídeo a fiscal do supermercado Adriana Alves Dutra filmando e observando o espancamento sem interferir na ação. Ela foi presa na última terça-feira.

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