Brasil
Publicado em 03/12/2020, às 08h32 Redação Bnews
Um relatório divulgado nesta quarta-feira (2) pela ONG britânica Global Witness apontou que os frigoríficos JBS, Marfrig e Minerva compraram , entre 2017 e 2019, gado de 379 fazendas localizadas em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia. As operações foram financiadas por grandes bancos.
Segundo o documento, a área de desmatamento ilegal chega a 17 mil hectares, o que pode ser comparado a 20 mil campos de futebol. Todas as propriedades, segundo a organização, ficam no estado do Pará.
Ao menos 4 mil fazendas fizeram parte da cadeia produtiva das três empresas no período analisado. Do total de 379 fazendas identificadas, 327 forneceram diretamente para a JBS, 89 venderam para a Marfrig e 16 para a Minerva.
A análise da Global Witness foi feita por meio de cruzamento de dados a partir das guias de trânsito animal (GTA), que contêm dados do gado desde o nascimento até o abate.Com essas informações em mãos, a organização cruzou informações com documentos públicos e dados de satélite para identificar áreas desmatadas.
Desmatamento
Na segunda-feira (30), o Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), órgão vinculado ao Ministério da Ciência e Tecnologia, divulgou dados sobreo desmatamento na Amazônia. Relatórios apontaram que foram devastadas 11.088 quilômetros quadrados (km2) entre agosto de 2019 e julho de 2020. A área equivale a quase duas vezes o Distrito Federal (5.802 km2).
O número, divulgado durante visita do vice-presidente Hamilton Mourão à sede do Inpe em São José dos Campos (SP), é uma estimativa do Projeto de Monitoramento do Desmatamento na Amazônia Legal por Satélite (Prodes), sistema do Estado brasileiro que monitora a Amazônia. "São dados auditados, que tem por trás deles um trabalho muito intenso", disse o ministro da Ciência e Tecnologia, Marcos Pontes, também presente ao anúncio.
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