Brasil

Cachoeira é impedido de ir a enterro da mãe, em Goiás

Publicado em 17/04/2012, às 06h38   Redação Bocão News



Acusado de comandar a máfia dos caça-níqueis em Goiás e de ligações com políticos de vários escalões, entre eles o senador Demóstenes Torres (sem partido), o bicheiro Carlos Augusto de Almeida Ramos, o Carlinhos Cachoeira, não pôde acompanhar ontem o enterro da mãe, Maria José de Almeida Ramos, de 82 anos, no Cemitério São Miguel, em Anápolis, no interior de Goiás. Segundo seus advogados, por estar preso numa penitenciária de segurança máxima, em Mossoró, no Rio Grande do Norte, Cachoeira levaria alguns dias até obter a liberação judicial. Ela sofria de problemas pulmonares e morreu de falências múltiplas nos órgãos.
Cachoeira é suspeito de vários crimes, entre os quais corrupção ativa e passiva, lavagem de dinheiro, falsidade ideológica e contrabando. Ele foi preso no dia 29 de fevereiro, durante a Operação Monte Carlo, da Polícia Federal, que desarticulou organização que explorava máquinas de caça-níqueis.
Interceptações telefônicas feitas com autorização judicial indicam que o senador Demóstenes Torres atuava no Congresso em favor de Cachoeira. Outras gravações revelaram o envolvimento de servidores públicos do Incra e de funcionários dos governos estaduais de Goiás e do Distrito Federal. Além de Demóstenes, outros deputados federais serão investigados por ligações com o bicheiro, como Sandes Júnior (PP-GO), Rubens Otoni (PT-GO) e Carlos Alberto Lereia (PSDB-GO). Já Stepan Nercessian (PPS-RJ) confessou ter recebido R$ 175 mil, como empréstimo, de Cachoeira no ano passado.
Na semana passada, o ministro Gilson Dipp, do Superior Tribunal de Justiça (STJ), negou o pedido de habeas corpus feito pelo empresário. A defesa de Cachoeira afirmou que vai recorrer ao Tribunal Regional Federal da 1ª Região para tentar sua transferência para um presídio mais perto de Goiás.
O líder do Bloco de Apoio ao Governo no Senado, senador Walter Pinheiro (PT-BA), afirmou que começa hoje a indicar nomes para compor a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI), que vai investigar até onde vão os tentáculos do bicheiro, envolvendo políticos, autoridades e empresários. Fazem parte 25 senadores do PT, PDT, PSB, PC do B e PRB. O grupo se reúne ao meio-dia para definir os indicados. Informações iG.

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