Cidades

Feira de Santana: paciente aguarda vaga inexistente em UTI do Cleriston Andrade

Publicado em 31/01/2015, às 07h44   Amanda Sant'ana (Twitter: @amandasmota)


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Internado desde a última terça-feira (27), o ferroviário Gilvan Lima da Silva, 23 anos, encontra-se no PC do Hospital Cleriston Andrade, em Feira de Santana, aguardando uma vaga na UTI da unidade. Desesperados e temendo pelo pior, a família do motociclista que sofreu um acidente grave de moto no mesmo dia em que deu entrada no hospital, entrou em contato com o Bocão News denunciando a situação.
Segundo denúncia feita pela tia da vítima, Maria Madalena Santos Lima, 26 anos, após sofrer um acidente com a moto em que conduzia, Gilvan foi levado por socorristas da cidade para o Hospital Cleriston Andrade, onde deu entrada apresentando edema cerebral. Sem vaga na UTI, Gilvan foi acomodado em uma ala da unidade, de iniciais PC, aguardando uma vaga na Unidade de Terapia Intensiva para assim realizar a cirurgia neurológica.
Sem essa vaga, Gilvan teve que permanecer na mesma acomodação: “Dr° Roberto nos avisou que ele tinha apenas 5% de chances de vida e a cirurgia tinha que ser realizada o mais breve. O diretor do hospital de nome Pitangueira, nos garantiu que conseguiria a vaga e depois mudou de conversa. Ontem surgiu uma vaga na UTI mais eles informaram que precisou dar lugar a outro paciente em estado mais grave que o meu sobrinho que está a beira da morte. O que pode ser mais grave que a própria morte?”.
Desesperada e sem achar solução, Maria Madalena disse que ao receber a notícia logo tratou de pedir a transferência do sobrinho para um hospital em Salvador, mas, nem mesmo uma ambulância pôde ser disponibilizada pelo Cleriston Andrade até o momento: “É melhor fechar as portas, porque nota-se que ele não tem nenhuma estrutura para receber um paciente que perde a vida por irresponsabilidade do local. Precisamos resolver isso com urgência, pois é a vida do meu sobrinho que está em jogo”.
O descaso da saúde pública na Bahia parece mesmo não fim e já se encontra á perder de vista por uma solução. Para Maria Madalena, esta é uma situação que envergonha o estado: “Como pode um hospital de referência na cidade não ter vaga para uma caso grave como o do meu sobrinho? Há três dias no mesmo quadro de saúde e o hospital não toma uma solução. A morte dele que luta pela própria vida é o nosso maior medo”, desabafou.
Madalena lembrou ainda que o nome de Gilvan não consta na relação de regularização do SUS, o que dificulta e piora a transferência da vítima: “Péssima administração desse hospital. Estamos todos indignados por ver Gilvan morrendo dentro daquele lugar e não puder fazer nada. Imploramos por uma ajuda urgente”.
Publicada no dia 30 de janeiro de 2015, às 12h01

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