Filha de Iemanjá desde criança e há cinco anos que faz suas saudações antecipadamente ao dia 2 de fevereiro, a baiana Bárbara Ferreira se diz contra a venda e o consumo de bebidas alcoólicas durante a celebração da Rainha do Mar. "Acho um absurdo misturar a celebração com bebida. Não podemos esquecer que Iemanjá é uma divindade e não tem nada a bebida com o orixá", justificou. Segundo Bárbara, o consumo de álcool na ocasião desvirtua o verdadeiro sentido da saudação à Rainha do Mar. "Para agradecer tem que estar ligado espiritualmente e totalmente à ela. Quando há esse consumo de bebida isso se perde", explicou Barbara.
Presente no Rio Vermelho a trabalho, a filha de Iemanjá disse não gostar do dia em si, ou seja, a concentração realizada no Rio Vermelho. "Existem muitas energias misturadas e sem o mesmo propósito", enfatizou ao criticar também os "presentes" jogados na água. "Ela (Iemanjá) não precisa do vidro do perfume, não precisa da cesta. Quem quiser que despeje seu perfume na água, que ela quer o cheiro, e jogue suas flores", ressaltou.
Por outro lado, a baiana elogia os adeptos que vem com o simples objetivo de agradecer a Rainha das Águas. Já em relação à caracterização, roupas nas cores azul e branca, para Bárbara não tem tanta importância. "Coisa supérflua. Não existe a necessidade nem é preciso se vestir com as cores para mostrar que é adepto", finalizou.
