Cidades

Santo Amaro: Prefeitura vai repassar ao Estado caso de doação de leite especial

Publicado em 06/06/2015, às 12h27   Aparecido Silva (Twitter: @CydoSylva)


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Uma mãe tem enfrentado dificuldades na cidade de Santo Amaro para conseguir um leite especial para seu filho que sofre de intolerância à lactose. Sueli recorreu à prefeitura do município no ano passado para obter o alimento e conseguiu através de intervenção do Ministério Público Estadual. No entanto, em entrevista ao Bocão News, Sueli conta que levou nove meses esperando pelo leite, recebeu apenas no mês de janeiro e a partir de então a Secretaria de Saúde da cidade passou a não disponibilizar o leite. 
O mais grave na história é que o contrato divulgado no Diário Oficial do Município, com assinatura de 10 de novembro de 2014, previa um total de R$ 7.814,40 para aquisição do produto durante três meses junto à empresa Ritheus Comércio e Serviços LTDA, situada em Simões Filho. Sueli, no entanto, diz que recebeu o alimento especial referente a cerca de R$ 2 mil, que foi em janeiro. Procurado pela reportagem, o prefeito Ricardo Machado Justificou que o valor de 7,8 mil reais era também para adquirir leite para mais dois pacientes que dependiam do mesmo alimento.  O vereador Justino dos Santos (PSD) chegou a requerer na Câmara Municipal um pedido de investigação do caso, mas a solicitação não obteve aprovação entre os legisladores de Santo Amaro. 
Em vídeo gravado e enviado ao Bocão News, Sueli relata que no final do mês de maio foi até a secretaria pedir leite e após insistir, lhe deram três caixas do leite Isosource e foi informada de que outras pessoas também estavam necessitando do produto. “Quando cheguei em casa que abri a caixa, vi que estava diferente. Olhamos a data de validade e só faltava cinco dias para vencer. Não tinha mais condições de dar ao meu filho”, disse a mãe preocupada, que agora vive pedindo ajuda aos amigos para tentar alimentar o filho que é portador de paralisia cerebral, 100% dependente de cuidados básicos para manutenção de vida, e que se alimenta por gastrostomia.
“A genitora do menor Leandro esteve na Secretaria de Saúde, no dia 27 de maio, questionando que havia 3 processos licitatórios para o filho dela para aquisição de outros tipos de alimentos especiais, porém foi explicado que ela estava equivocada, que os outros processos foram para outras necessidades”, explica o prefeito em nota. 
“Desta forma, explicamos exatamente os fatos a genitora de José Leandro, que inclusive informou que o promotor João Schoucair deu a mesma explicação, e que o processo agora iria para o Estado. Inicialmente, a mesma solicitou que o município fizesse a aquisição, e depois de explicado que para estes artigos a responsabilidade seria da esfera Estadual e Federal, a mesma iniciou uma série de insinuações em tom de ameaça, e mais uma vez foi explicado”, relata Machado. Agora, o pedido de Sueli será repassado ao Estado, que junto ao Ministério da Saúde, deverá fornecer o alimento que seu filho necessita. “A responsabilidade legal para o financiamento da assistência farmacêutica para o presente caso, deveria ser da União e Estado,  porém em atenção à saúde dos nossos munícipes e sensibilizado com a situação enfrentada pelos familiares e o risco de morte, foi disponibilizado com recursos próprios R$ 7.814,40 para atender 3 casos de alimentação especializada com Isosource Soya Fiber”, descreveu o administrador da cidade, que se diz tranquilo em relação à transparência do processo por tudo ter sido “acompanhado pelo Ministério Público”.

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