Cidades

Ato pela paz critica polícia e pede políticas públicas para o Nordeste de Amaral

Publicado em 05/12/2015, às 19h40   Tony Silva (twitter: @Tony_SilvaBNews)


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Após a onda de violência e vandalismo que espalhou pânico e deixou uma mulher morta e três crianças baleadas no Vale das Pedrinhas, em Salvador, na última terça-feira (1), lideranças comunitárias do Nordeste de Amaralina e regiões vizinhas realizaram uma manifestação pela paz, no final da tarde deste sábado (5), no final de linha do bairro. O “Ato pela Paz” reuniu além das lideranças, pessoas da comunidade e parentes de pessoas que foram morreram por disparos de arma de fogo em confrontos e atentados na comunidade.
De luto, vestidos de preto e segurando velas, as pessoas protestaram com faixas contra ações policiais no local, que seriam truculentas e desrespeitosas às pessoas de bem da comunidade. Uma das lideranças da mobilização deste sábado, o rapper Maurício Santos, 32 anos, conhecido como “Mr. Armeng” desabafou sobre a falta de políticas públicas na comunidade. “Merecemos muitos mais que segurança. Precisamos de investimento em esporte, cultura, infraestrutura e políticas públicas. Mais uma pessoa que se vai. Aqui no Nordeste estamos cercados por falta de oportunidade. Investimento em políticas públicas aqui é zero”, desabafa.
O educador André Leandro, 34 anos, veio do Bairro da Paz, para apoiar a manifestação. Ele perdeu o irmão, Rodrigo dos Anjos Silva, de 21 anos, em 2013, quando foi executado em praça pública ao lado da Base Comunitária de Segurança (BCS), do Bairro da Paz. “A gente estava em um evento na praça quando um carro cor prata parou e homens desceram e atiraram contra ele várias vezes. Policiais que estavam no local não fizeram nada. Ele não tinha nenhum problema com ninguém. O crime aconteceu em 2013 e até hoje nada foi feito para encontrar e punir os autores”, desabafou.
Segundo Mr. Ameng, na comunidade acontecem muitas manifestações culturais. Segundo ele, o Nordeste de Amaralina é rico em cultura, mas não tem oportunidade. Com a violência, essa situação piora ainda mais. Neste domingo (6), aconteceria uma caminhada por causas LGBT, mas devido ao luto pela morte de Lilian Santana dos Santos, 37 anos, baleada em tiroteios na comunidade do Vale das Pedrinhas e mais três crianças, o evento foi cancelado.  “Tivemos mais uma perda, mas poderia ser eu, poderia ser qualquer pessoa aqui”, disse o rapper.
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