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Hospital Lopes Rodrigues encerra atividades, diz Sindimed-BA; Sesab nega

Publicado em 24/07/2017, às 11h30   Redação BNews


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O Hospital Psiquiátrico Lopes Rodrigues, localizado em Feira de Santana, a cerca de 110 km de Salvador, vai encerrar as atividades em breve. A informação foi confirmada ao BNews pelo presidente do Sindicato dos Médicos do Estado da Bahia (Sindimed-BA), Francisco Magalhães. 
Em março deste ano, o site publicou que o primeiro hospital psiquiátrico do estado a fechar as portas foi o Afrânio Peixoto, localizado em Vitória da Conquista. Reinaugurado pelo governo do estado, o hospital mudou de perfil e funciona como uma referência para o Hospital Geral de Vitória da Conquista (HGVC), com leitos de enfermaria e centro cirúrgico para pequenos procedimentos.
“O hospital está fechando. A Sesab [Secretaria de Saúde do Estado da Bahia] tem o projeto de fechar mais dois hospitais. Estão na lista o Mário Leal e Juliano Moreira. Quando você fecha um hospital como esse, você está expondo pessoas que precisam desse tratamento a própria sorte, que podem até morrer. Infelizmente, é uma total irresponsabilidade do governo. Há uma resistência por parte de servidores e familiares, mas infelizmente o governo não está sendo sensível”, disse o presidente do Sindimed-BA.
Em março deste ano, o Conselho Regional de Medicina do Estado da Bahia (Cremeb-BA) informou que o estado da Bahia, de acordo com o Ministério da Saúde (MS), tem apenas dois leitos de saúde mental em hospitais gerais, enquanto somente na capital baiana, a demanda solicita 150 leitos especializados. Ainda segundo o Cremeb-BA, outro fator que deixa o Ministério da Saúde sob alerta é o fato da Sesab não ter enviado nenhum projeto de como será o fechamento e quais medidas serão adotadas para suprir a perda das estruturas. 
Para o Cremeb, que se posiciona firmemente contra a decisão do fechamento das unidades, “o cenário é preocupante, tendo em vista que a alternativa oferecida pela Sesab – de substituir os hospitais psiquiátricos por atendimento em residências terapêuticas e, nos casos de internamento, em hospitais gerais, conforme prevê a Lei 10.216/2001 – não atende as necessidades dos pacientes com doença mental. Por um lado, porque inexistem residências terapêuticas em número e estrutura suficientes para adequada assistência, por outro porque, como sobejamente conhecido, a saúde pública convive com emergências superlotadas, estruturas deficitárias, equipes incompletas, unidades incapazes em muitas situações de atender a sua própria demanda”.
A presidente da Associação de Apoio a Familiares, Amigos e Pessoas Portadoras de Transtornos Mentais (AFATOM-BA), Rejane de Oliveira, que se reuniu com familiares de pacientes do Juliano Moreira na semana passada, revelou que houve redução no número de psicólogos, enfermeiros e equipe multidisciplinar. “Houve diminuição de toda equipe interna do hospital. Está existindo um desmantelamento da saúde nos hospitais psiquiátricos, para depois o governo fechar esses hospitais psiquiátricos. Tem familiares que estão chegando no Juliano Moreira e estão retornando para casa sem medicamos, porque não estão sendo feitas matrículas”, afirmou Rejane de Oliveira.
Por meio de nota enviada ao site, a assessoria da Sesab disse que não procede a informação de que existe decisão por parte do estado de fechamento do hospital psiquiátrico. Além disso, informou também que "no que tange à saúde mental, o que se vem construindo, dialogicamente com todos os segmentos envolvidos, são novas formas de cuidado às pessoas em situação de sofrimento ou transtorno mental, através da implementação da Rede de Atenção Psicossocial em todo o Estado, com base nos marcos legais relativos à Saúde Mental".
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