Cidades

"Rotina de vigilância", define líder religiosa de quilombo atacado em Lauro de Freitas

Vagner Souza/BNews
A comunidade foi atacada no último domingo (15) por homens armados, que queimaram barracos, derrubaram cercas, agrediram e ameaçaram moradores  |   Bnews - Divulgação Vagner Souza/BNews

Publicado em 16/07/2019, às 16h11   Pedro Vilas Boas


FacebookTwitterWhatsApp

Dona Ana Lúcia dos Santos Silva, de 57 anos, não descansa. Mesmo rodeada por 574 famílias, em um terreno de 1284 hectares, a líder do Quilombo Quingoma, em Lauro de Freitas, vive com sua comunidade uma "rotina de vigilância", como mesmo definiu em conversa com o BNews nesta terça-feira (16) na localidade.

A comunidade foi atacada no último domingo (14) por homens armados, que queimaram barracos, derrubaram cercas, agrediram e ameaçaram moradores.

Apesar da apreensão, Dona Ana faz questão de demonstrar força, em frente à tentativa de repressão."Medo não temos, porque, se tivéssemos, já teríamos ido embora. Eu já fui seguida, já me ameaçaram de morte. A gente não mora aqui, a gente vive nessa comunidade", cravou, enquanto descansava, sentada embaixo de um pé de laranjeira, ao lado da sede da Associação Agrícola Novo Horizonte.

O ataque é mais um de uma série que a comunidade quilombola sempre sofreu na região, segundo a líder religiosa, por empresários da especulação imobiliária, donos de sítios, que se dizem proprietários dos terrenos. A terra é datada de 1569. Ainda está em processo de delimitação pelo Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (Incra).

Classificação Indicativa: Livre

FacebookTwitterWhatsApp