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Advogado da empresa responsável pela lancha Cavalo Marinho I alega que ocorreram falhas durante perícia do acidente

Alberto Maraux / SSP-BA
Vinte pessoas morreram por causa da tragédia – 19 delas no dia do acidente e uma em 2018, por sofrer de depressão e estresse pós-traumático  |   Bnews - Divulgação Alberto Maraux / SSP-BA

Publicado em 04/09/2020, às 12h52   Diego Vieira e Nilson Marinho


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Os responsáveis pela lancha Cavalo Marinho I, que naufragou na Bahia de Todos-os-Santos, em 24 de agosto de 2017, falaram pela primeira vez sobre o acidente na manhã desta sexta-feira (4). O engenheiro, o dono e a empresa responsáveis pela embarcação foram condenados durante julgamento realizado no mês passado no Tribunal Marítimo.

De acordo com Castro Freire, advogado que representa a CL Empreendimentos Eireli, a quem pertencia a Cavalo Marinho I, dez falhas ocorridas durante a perícia comprometeram o resultado do julgamento. Além disso, o advogado alegou que foi utilizada uma embarcação diferente durante a reconstituição do acidente.

"O grupo de peritos tinha dois engenheiros navais, um capitão de logo curso, dois capitães da Marinha de Guerra e um oficial da Marinha mecânica. Até o rolo da embarcação eles erraram. Eles disseram que o rolo da embarcação era 060 verdadeiro, isto é, tirado por uma agulha giroscópica, e na verdade era 060 magnético. Então até isso eles erraram. Utilizaram uma embarcação completamente diferente para fazer a reconstituição e foram feitas duas reconstituições. As pedras que dizem que eram 300 kg, elas sequer foram pesadas. Era só levar uma balança e pesar as pedras. As pedras não contribuíram para o acidente", disse.

Segundo o capitão tenente e engenheiro naval da Reserva, Vanderlei Bernardo, um dos fatores que contribuiu para o acidente foi a falta de aviso de mau tempo da Marinha para navegação naquela manhã chuvosa. "Não havia aviso de mau tempo. O mau tempo existia, mas não havia aviso nos altos [do processo], não consta previsão do tempo daquele período", disse o engenheiro.

Vinte pessoas morreram por causa da tragédia – 19 delas no dia do acidente e uma em 2018, por sofrer de depressão e estresse pós-traumático. 

A Cavalo Marinho I naufragou cerca de 15 minutos após sair do cais de Mar Grande, na cidade de Vera Cruz, no início da manhã.

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