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Cabo submarino rompido da Bahia: BNews explica por que problema na fibra óptica conectada a Salvador deixou internet fora do ar em várias cidades

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Cabo submarino da rota entre a Bahia e São Paulo teria se rompido no último sábado (4)  |   Bnews - Divulgação Divulgação
Henrique Brinco

por Henrique Brinco

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Publicado em 06/03/2023, às 20h47 - Atualizado às 21h00


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O rompimento de um cabo de fibra óptica no litoral da Bahia - revelado em primeira mão pelo BNews - afetou não apenas a distribuição de internet em Salvador, mas também de diversas cidades do interior. Há também relatos de instabilidade nas conexões em outros estados vizinhos, como Sergipe e Minas Gerais. Diante disso, surgiram uma série de questionamentos de leitores sobre a tecnologia.

Segundo a reportagem apurou junto às empresas, o rompimento aconteceu no cabo instalado na rota entre a Bahia e São Paulo. A empresa global de comunicações Telxius, responsável pela instalação de mais de 100 mil quilômetros de fibra óptica submarina ao redor do mundo, é uma das responsáveis por oferecer esses sinais. Inclusive, segundo fontes, o problema teria acontecido em um dos seus cabos. O BNews não conseguiu entrar em contato com a empresa até o fechamento.

Estima-se que o acidente tenha acontecido no último sábado, dia 4 de março, na rota entre Salvador e Santos, no litoral de São Paulo. As operadoras informam que equipes já estão no local para resolver o problema. A solução, contudo, não é tão simples e leva tempo para ser totalmente resolvida. 

Em operação desde os anos 2000, os cabos da Telxius ligam quatro pontos no Brasil: Santos (SP), Rio de Janeiro (RJ), Salvador (BA) e Fortaleza (CE). Esses pontos se ligam a pontos de outros países: Las Toninas (Argentina); Arica e Valparaíso (Chile); Barranquila (Colômbia); Punta Cana (República Dominicana); Punta Carnero (Equador); Puerto Barrios e Puerto San Jose (Guatemala); Lurin e Mancora (Peru); Boca Raton, Flórida, e San Juan, Porto Rico (EUA).  Os cabos fazem a transmissão em alta velocidade de dados de telefone e internet. A capacidade total do sistema é de 1,92 Tb/s.

Os cabos são colocados no relevo oceânico e, apesar da estrutura reforçada, estão sujeitos aos danos causados pela natureza. Recentemente, viralizou na internet um vídeo que mostra um tubarão atacando um dos cabos instalados pelo Google. A gigante de buscas, aliás, precisou reforçar a estrutura dos seus equipamentos diante dos ataques utilizando um material chamado kevlar, polímero sintético também conhecido como poliarilamida ou poliaramida, que é mais forte que o aço e usado em coletes a prova de balas.

Como os cabos submarinos de fibra são instalados?

 As empresas de comunicação, que fazem a venda direta do sinal para o consumidor final, dependem desses cabos - que são ligados a grandes data centers espalhados ao redor do mundo. Quando um deles se rompe, vias alternativas de conexão são acionadas e o sistema se sobrecarrega, causando falhas e lentidão. É o que está acontecendo no momento na Bahia e em boa parte do Brasil.

A instalação de cabos submarinos, que duram em média 25 anos, é realizada por embarcações e são instalados em áreas que não atrapalhem a rota marítima, a pesca e a vida marinha. Os conduítes são mergulhados no mar e estendidos até o ponto de conexão em terra firme. Eles podem ser escavados e enterrados no chão ou protegidos por concreto. Boa parte deles, contudo, fica exposta no fundo do oceano.

Quantos cabos submarinos existem no Brasil?

O Brasil atualmente conta com 15 cabos submarinos. O site BNamericas publicou em 2021 um mapa que mostra todas as conexões na América Latina.

Ilustração / BNAmericas

Classificação Indicativa: Livre

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