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Ex travesti baiano vira pastor e comenta críticas de fiéis: “A igreja do viado travesti”

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O pastor chegou a trabalhar em um bordel no estado de Santa Catarina  |   Bnews - Divulgação Reprodução/ Redes Sociais

Publicado em 17/11/2023, às 13h27   Cadastrado por Bernardo Rego


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O ex-travesti e agora pastor Clécio Gomes, de 47 anos, desistiu da identidade feminina e passou a sofrer represálias. Natural de Conceição do Coité, no interior da Bahia, ele que era conhecido por “Paulinha Lins”, passou por várias situações até se firmar na religião evangélica. As informações são do portal Caldeirão do Paulão.

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“Um mês após eu deixar de ser travesti, retornei e fui trabalhar em uma orla de Salvador e todos ficaram sabendo. Tentei voltar para igreja, mas, estava em uma batalha interna e com medo do que iria acontecer, pois, quem faz programa tem dificuldades para arrumar emprego”, contou Clécio.


Em um dado momento ele decidiu ir para Santa Catarina com o intuito de trabalhar em um bordel. “Minha cabeça estava a mil e não era aquilo que eu queria. Tentei fazer os programas nessa casa de prostituição, mas, não consegui e me ofereci para ser faxineiro do local. Estava em um turbilhão de sentimentos e aliava o trabalho com o uso excessivo de cocaína”, disse.


Ao saber do seu destino, uma pastora da sua cidade natal se deslocou até o bordel e convenceu o rapaz a deixar o local. “Fui convencido pela pastora e retornei para Coité, porém, fiquei uma temporada na zona rural por medo e vergonha das pessoas devido as minhas decisões”, pontuou. 


Para Clécio a ‘virada de chave’ aconteceu meses depois, quando pensou até em tirar a própria vida.


“Foram quatro tentativas de acabar com aquela dor espiritual que eu estava sentindo e achava que a única maneira era encerrar minha vida. Deus acabou tocando o meu coração e no dia seguinte fui buscar a palavra divina e então comecei a minha cura espiritual”, afirmou. Atualmente Clécio é pastor e casou com uma frequentadora da comunidade cristã.


Igreja X Homossexual


De acordo com Clécio, uma das missões mais difíceis é a aceitação de algumas pessoas e até sacerdotes que um ex homossexual está à frente de uma igreja.


“Os próprios pastores dizem como os cristãos vão na igreja do ‘travesti ou’viado”! Tentam me humilhar para me fazerem desistir da minha missão, mas, se nem Deus agradou todo mundo, quem dirá eu!”, lamentou.


Mesmo com os comentários negativos, Clécio diz não se abater, pois, somente ele sabe o que passou e o quanto a igreja transformou para seu bem-estar


“Sei que não posso apagar meu passado, mas, se o tempo voltasse, eu teria me inserido muito antes na igreja. Minha vida é completa e preenchida! A palavra do Senhor mudou e não me importo pelo que falam. O importante é o meu coração”, relatou.

Classificação Indicativa: Livre

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