Cidades

Família pede justiça após morte de irmãos na Bahia e aponta execução

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Chamados de Igor e Otávio, homens teriam sido mortos no sítio em que trabalhavam no dia 24 de junho deste ano  |   Bnews - Divulgação Reprodução/Redes Sociais

Publicado em 01/09/2022, às 08h02 - Atualizado às 14h08   Redação/BNews


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Um caso chocante resultou na morte de dois irmãos em Itacaré, na Bahia, na madrugada do dia 24 de junho deste ano. As vítimas, chamadas por Igor e Otávio, foram executadas, de acordo com a família. Os dois homens trabalhavam em um sítio, o qual a família aponta que o proprietário era pai de um criminoso, morto no mesmo dia. 

Em uma página da rede social Instagram, de prenome "Justiça Por Igor e Otávio", parentes dos jovens relatam todo o caso. Em um dos trechos das publicações, eles indicam que o ato foi realizado por "oito policiais da Polícia Militar de Itacaré, alguns sem farda e com capuz". Ainda segundo os relatos, Igor levou um tiro na perna, além de ter sido torturado ao lado do irmão, Otávio. 

Um terceiro trecho acrescenta que um amigo das vítimas, que estava dormindo no momento da suposta invasão dos agentes, entrou em combate com um dos policiais, reconheceu dois, mas acabou levando um tiro de raspão. No entanto, ele sobreviveu ao atentado realizado no sítio.

"Testemunhas disseram que o policial, conhecido como 'Ceará', foi reconhecido pela vítima que sobreviveu e guardou em sua caminhonete algumas ferramentas dos meus filhos. Duas motosserra stihl e uma serra circular makita. Quando cheguei de manhã estava tudo em ordem, nada fora do lugar dentro de casa. Mas quando voltei lá na segunda-feira, antes de partir para enterrar meu filho, estava tudo revirado, uma bagunça que eles deixaram depois de ir na ocorrência", descreveu a mãe dos homens, que não teve o nome revelado, em uma publicação divulgada na última quarta-feira (31), no perfil "Justiça por Igor e Otávio".

Ainda no mesmo relato, a mãe das duas vítimas aponta que dois policiais foram denunciados e reconhecidos pelo sobrevivente ao Ministério Público da Bahia (MP-BA) e ao delegado Ricardo Ribeiro, da Policial Civil de Itacaré, há mais de dois meses. Além disso, ela afirma que agentes da categoria teriam invadido o sítio. "Deixaram bilhetes de ameaça e vários tiros na porta onde morávamos", destaca. 

Ainda segundo os relatos, publicados em um perfil criado na rede social, os pais das vítimas estiveram no local no dia seguinte ao caso e encontraram os corpos deixados no sítio. Os depoimentos, divulgados no perfil, acrescentam que os policiais têm tentado intimidar os parentes de Igor e Otávio.

"Eles destruíram sonhos dos meus filhos e da nossa família toda. Estamos em estado de choque, sem norte na vida. Hoje em dia preciso de remédios para dormir, porque quando fecho os olhos, só lembro da cena de ver meus filhos no chão", cita.

A reportagem do BNews entrou em contato com o Ministério Público da Bahia (MP-BA) e com a Polícia Civil de Itacaré, mas, até o fechamento desta matéria, não obteve retorno. Assim que tivermos uma resposta, atualizaremos esta matéria.

Às 9h57 desta quinta-feira (01), a assessoria de imprensa da PC-BA emitiu um posicionamento onde alega que o inquérito policial está em andamento pela Delegacia Territorial de Itacaré. "Oitivas estão sendo realizadas e as testemunhas estão sendo ouvidas, portanto todo o trabalho de polícia judiciária está sendo realizado. Mais detalhes não estão sendo divulgados neste momento, para não atrapalhar o decorrer da investigação", diz a nota oficial.

Em seguida, às 14h08, a CECOM-MPBA procurou o BNews e indicou que "o Ministério Público estadual está acompanhamento ativamente o andamento do trabalho de investigação realizado pela Polícia Civil local para elucidar o caso que é complexto". Além disso, reforçou que após a conclusão do inquérito policial e do encaminhamento ao órgão, "a Promotoria de Justiça prosseguirá com as providênicas previstas no ordenamento jurídico para responsabilização dos envolvidos".

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