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Mulher que ajudou no resgate às vítimas de naufrágio relata cenário de desespero: 'gritos'

Divulgação/Corpo de Bombeiros
As vítimas do naufrágio estavam em uma embarcação que não tinha autorização para transportar passageiros  |   Bnews - Divulgação Divulgação/Corpo de Bombeiros

Publicado em 23/01/2024, às 12h43   Redação BNews


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Uma funcionária pública do município de Madre de Deus, na Região Metropolitana de Salvador (RMS), relatou o desespero das vítimas do naufrágio que aconteceu no último domingo (21) na Baía de Todos-os-Santos. Oito pessoas ficaram mortas. Melina estava em outra embarcação a serviço da prefeitura quando se deparou com o saveiro afundando. Ela voltava de uma festa, onde estava a trabalho, na Ilha de Maria Guarda. As vítimas também haviam deixado o evento.

“Era tudo muito escuro. Não conseguíamos ver nada, mas ouvíamos alguns gritos, bem de longe. Quando fomos nos aproximando, encontramos o cenário de pessoas gritando. A embarcação estava afundando, e algumas pessoas estavam em cima. Todo mundo gritava, e algumas afundavam, pedindo pelo amor de Deus para salvar os filhos. Eu ouvia muito isso, provavelmente as mães. Nós nos aproximávamos, mas recuávamos porque todo mundo queria subir ao mesmo tempo”, contou a servidora em entrevista à TV Bahia.

Ainda de acordo com Melina, ela e outros ocupantes da embarcação lançaram coletes salva-vidas, mas as vítimas não tiveram acesso aos equipamentos de segurança porque o vento, que estava na direção contrária, impediu. O grupo de funcionários da prefeitura conseguiu salvar ao menos 9 pessoas, entre elas duas crianças.

“Quando nos deparamos com a cena, começamos automaticamente a ligar para as autoridades e amigos que estavam próximos. Havia um colaborador da nossa secretaria no píer aguardando para receber o material, e eu o acionei logo para que pudesse entrar em contato com as autoridades. Como estávamos desesperados, ele seria a pessoa mais indicada”, continuou.

“Não consigo dormir desde o dia; os gritos, os pedidos de socorro não saem da minha cabeça. No primeiro momento, ficamos com a sensação de que podíamos fazer mais, porque não queríamos que houvesse óbito, mas é uma coisa que seria inevitável”, finalizou a servidora municipal.

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